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No G20, ministra Nísia defende produção regional de insumos de saúde
Rafael Nascimento/MS
Em mais um esforço para ampliar a colaboração internacional para o enfrentamento de pandemias, o Ministério da Saúde do Brasil, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), participou de encontros bilaterais durante toda a programação do G20 desta terça-feira (29). A ministra Nísia Trindade liderou as conversas, destacando o compromisso do Brasil em fortalecer a produção local e regional de vacinas, medicamentos e insumos essenciais para a saúde pública, focando em atender populações negligenciadas e responder de maneira ágil a futuras crises sanitárias.
Durante os encontros, que contaram com a presença de Richard Hatchett, CEO da Coalizão para Promoção de Inovações em prol da Preparação para Epidemias (Cepi), e representantes de alto nível da União Europeia, Portugal e Japão, a ministra enfatizou a relevância de ações conjuntas. “Estamos empenhados em desenvolver inovações tecnológicas que possam responder a crises de saúde, especialmente em regiões de vulnerabilidade social, como o Norte do nosso país. Esse é o momento de unir esforços e avançar para uma resposta cada vez mais ágil e integrada”, afirmou Nísia Trindade.
No centro das propostas apresentadas pelo Brasil está o fortalecimento da capacidade regional de produção de vacinas e insumos. A ministra ressaltou que essa iniciativa é essencial para reduzir a dependência de importações e promover uma resposta rápida a surtos futuros, uma pauta que deve se estender também ao BRICS, do qual o Brasil é parte. “A produção local e regional é uma prioridade, e estamos aqui para fazer acontecer, estreitando laços e apoiando financeiramente iniciativas estratégicas”, completou.
Outro ponto de destaque nas discussões foi a importância do Sistema Único de Saúde (SUS), o maior sistema de saúde pública do mundo, como inspiração para outros países. A ministra destacou o programa Mais Acesso a Especialistas como modelo de referência para reduzir o tempo de espera e filas no atendimento, especialmente em oncologia, e sugeriu uma agenda técnica voltada para a melhoria na gestão da informação e na regionalização da saúde nas Américas.
Representantes do Ministério da Saúde brasileiro, incluindo os secretários Ana Estela Haddad, da Saúde Digital; Isabela Pinto, da Gestão do Trabalho e Educação na Saúde; Adriano Massuda, da Atenção Especializada à Saúde; Ethel Maciel, da Vigilância em Saúde e Ambiente; e Carlos Gadelha, da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, também estiveram presentes, reforçando a importância da cooperação internacional.
A delegação brasileira aproveitou a ocasião para agradecer as contribuições técnicas do Japão, especialmente no apoio à Coalizão Global para a produção de insumos e equipamentos.
No encerramento das discussões, a ministra Nísia Trindade reafirmou o compromisso do Brasil com a criação de um documento estratégico que reflita essas prioridades, desejando que as ações estabelecidas possam ser implementadas. “Queremos que este legado seja duradouro, transformando em realidade as intenções de cooperação aqui firmadas”, concluiu, consolidando o papel do Brasil como protagonista na promoção de uma saúde global mais equitativa e preparada para futuros desafios sanitários.
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Edjalma Borges
Ministério da Saúde