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AGENDA INTERNACIONAL
Ministra Nísia defende mudança do clima no centro da agenda da saúde
Foto: divulgação/MS
Durante discurso sobre mudanças climáticas na sessão plenária do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana (Opas/OMS) em Washington DC, nesta terça-feira (1º), a ministra Nísia Trindade enfatizou que o Brasil apoia a adoção de políticas que fortaleçam a equidade em saúde relacionada à mudança do clima e que incluam direitos humanos e participação social. De acordo com Nísia, os desafios representados pela mudança do clima precisam estar no centro da agenda de saúde coletiva.
“Essa é a compreensão do Brasil. É o que tem expressado o presidente Lula com relação a essa importante agenda, na visão da definição de um plano de adaptação e mitigação frente a essas mudanças. Efeitos previstos para 2050, como o aumento de um grau e meio da temperatura da Terra, acontecem agora. A face mais desafiadora do futuro dessa forma já chegou”, frisou a ministra.
Durante a reunião, Nísia lembrou das enchentes que atingiram o Sul do país no primeiro semestre deste ano, principalmente o Rio Grande do Sul, e falou sobre a seca que afeta especialmente a Amazônia e o cerrado brasileiro. A ministra pontuou que os eventos climáticos extremos impactam de forma mais significativa as áreas e populações em situação de maior vulnerabilidade social.
“É importante ressaltar que as mudanças climáticas afetam todos os países. Mas elas fazem seus efeitos mais fortes nas áreas de maior vulnerabilidade. Elas reproduzem e podem aumentar as desigualdades dentro e entre os países de forma desproporcional”, explicou.
A ministra também reforçou a relação das mudanças climáticas com o aumento exponencial de doenças, como é o caso da dengue. “Esse cenário reforça ainda mais a necessidade de adaptação e a necessidade de fortalecimento dos sistemas de saúde, de maneira que possamos alcançar maior resiliência frente a efeitos tão negativos para a saúde”, pontuou.
Ao final do discurso, Nísia falou sobre a importância da qualificação e a sensibilização dos profissionais de saúde para o enfrentamento dos efeitos das mudanças do clima no setor saúde. Também defendeu a mobilização de recursos para projetos nacionais conduzidos pelos estados.
“Para enfrentar os desafios climáticos que impactam a saúde humana, ações intersetoriais são fundamentais. Ao mesmo tempo, ressaltamos o papel da participação social, bem como o compartilhamento de tecnologias e o fomento à qualificação. Esses são meios estratégicos para avançar global e regionalmente numa resposta que garanta mais justiça, uma saúde mais equitativa diante de um cenário tão desafiador”, concluiu a ministra da Saúde.
Encontro bilateral
Na sequência de agendas em Washington, a ministra Nísia Trindade se reuniu com o ministro da Saúde do Equador, Antonio Naranjo. Debateram o fortalecimento da cooperação nas áreas de especialidade médica, assistência hospitalar, bancos de leite humano.
“Também falamos da importância de ações conjuntas no que se refere a medicamentos de alto custo e como promovermos o direito à saúde quanto à sustentabilidade de nossos sistemas”, disse Trindade.
“Consideramos sempre o Brasil um país amigo, que tem nos ajudado. Estamos certos da cooperação, por exemplo, na assistência a pacientes de alta complexidade”, declarou o ministro equatoriano.
Ministério da Saúde