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OROPOUCHE
Instituto Evandro Chagas e Opas treinam seis países da América do Sul e Caribe sobre o vírus Oropouche
Foto: divulgação
O Instituto Evandro Chagas (IEC), instituição de ciência e tecnologia ligada à Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA), e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) estão realizando, até sexta-feira (4), o workshop “Detecção sorológica e molecular da infecção pelo vírus Oropouche”. A atividade surgiu a partir da necessidade do fortalecimento das ações de vigilância do vírus no âmbito das Américas e acontece na Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas (SEARB/IEC), que é Laboratório de Referência Nacional e centro colaborador da Opas para arboviroses emergentes e reemergentes e outras zoonoses virais, localizada no Pará.
Entre os participantes das atividades estão representantes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos e dos seguintes países: Guiana, Peru, Suriname, Venezuela, Barbados e Costa Rica.
De acordo com a chefe da SEARB/IEC, Livia Casseb, a escolha dos países foi estratégica. “Esta escolha levou em consideração diversos fatores, incluindo a capacidade laboratorial existente e a demanda por treinamento, pautada, ainda, no aumento de casos na região, o que motivou alerta de nível regional alto para Oropouche, após a confirmação de casos de transmissão vertical e óbitos no Brasil. Com isso, passou a ser prioridade o fortalecimento da rede de vigilância epidemiológica em toda a região das Américas, preparando os países para responder de forma eficaz a possíveis surtos”, afirmou.
Durante a abertura do evento, a diretora do Instituto Evandro Chagas, Lívia Caricio, ressaltou que a evolução da detecção do vírus Oropouche (OROV) avançou para além da região Amazônica. “Nós aplicamos um protocolo molecular que foi muito bem consolidado, capacitando os laboratórios brasileiros, por meio da Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB) do Ministério da Saúde, aumentando, assim, a capacidade laboratorial em diversos estados brasileiros para a detecção e vigilância desses casos”, afirmou a diretora.
Entre os assuntos abordados durante o curso estão: a situação atual e vigilância laboratorial de arbovírus endêmicos e emergentes nas Américas; a atualização sobre a circulação de OROV no Brasil; recomendações sobre testes moleculares e sorológicos de OROV; visão geral da detecção molecular de OROV; e visão geral dos testes sorológicos de OROV. Além disso, os participantes do treinamento terão atividades práticas dos protocolos e testes ELISA IgM OROV (sorológico) e RT-qPCR OROV/MAYV (molecular).
A expectativa é que, após o treinamento, os participantes levem a seus países de origem a expertise do Instituto Evandro Chagas acerca do o diagnóstico laboratorial de Oropouche, além de habilidades para implementar e fortalecer os sistemas de vigilância epidemiológica. Dessa forma, será possível melhorar a detecção precoce de casos e o acompanhamento de surtos, com tomada de decisões mais assertivas para o controle da doença.
Laboratórios centrais
O Instituto Evandro Chagas realizou, no final de setembro, junto à Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública, um treinamento com 14 laboratórios centrais para a detecção sorológica do vírus Oropouche, com objetivo de melhorar a vigilância epidemiológica em todo o Brasil. A previsão é que no período de 14 a 18 de outubro ocorra mais uma capacitação para outros dez laboratórios centrais.
Francisco Souza
Ministério da Saúde