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G20 destaca saúde digital como ferramenta para eliminar câncer de colo de útero
Foto: Matheus Brasil/MS
A programação do G20, nesta terça-feira (29), encerrou com um painel sobre o tema “Transformando o tratamento do câncer: aproveitando a saúde digital e a inovação para um acesso equitativo e eliminação do câncer cervical”. Líderes globais, formuladores de políticas e pesquisadores discutiram como a saúde digital e a inovação podem transformar o tratamento do câncer, destacando iniciativas como a telessaúde, que facilita o acesso a consultas em áreas remotas, e o uso de chatbots e assistentes virtuais para suporte em saúde mental.
Para a secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad, “a inteligência artificial e a telessaúde fortalecem o atendimento, ampliando o acesso e promovendo o cuidado personalizado para cada paciente”. Durante o encontro, ela apresentou os cinco eixos da pasta, ligados à saúde digital: tele pré e pós-tratamento e cuidados paliativos; tele triagem; tele consultoria para apoiar profissionais da atenção primária; e tele patologia e automação na coleta de dados para obtenção de dados consistentes para gestão e planejamento.
A reunião discutiu, ainda, desafios e oportunidades para melhorar o acesso equitativo. Segundo o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Adriano Massuda, o maior desafio é o organizacional. “Precisamos fazer a tecnologia chegar para promover mudanças significativas no diagnóstico, tratamento e eliminação do câncer, para assim, prevenirmos mortes”, pontuou.
O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo e continua a crescer globalmente, exercendo pressão física, emocional e financeira sobre indivíduos, famílias, comunidades e sistemas de saúde. Embora prevenível e tratável, causou mais de 350 mil mortes em 2022. Quase 94% dessas mortes ocorreram em países de baixa e média renda.
Para Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, o câncer é uma síntese dos problemas de saúde pública do século XXI e precisa ser tratado como tal. “Hoje, o câncer é tratado como fonte econômica, e não como problema de saúde. Precisamos fortalecer a conexão entre os serviços de saúde primários e especializados e buscar novas formas de gerenciar e financiar o acesso a procedimentos específicos para melhorar a continuidade do atendimento, alocação e otimização de recursos”, comentou.
A vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) foi abordada por Jarbas Barbosa, diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS). Segundo ele, a vacina é o mais eficaz método de prevenção contra a doença. “Temos o melhor método de prevenção, a vacina. O desafio é prosseguir com uma cobertura vacinal alta. Acreditamos que, mais que possível, é necessário e obrigatório eliminar o câncer de colo de útero e reduzir o sofrimento e a possibilidade de morte”, defendeu.
No mesmo sentido, José Barreto, coordenador geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer do Ministério da Saúde, abordou as desigualdades globais no desafio para eliminação do câncer do colo do útero. “No Brasil, já vacinamos 70% das meninas e 53% dos meninos. O microplanejamento mudou a realidade no país, rumo ao aumento da vacinação. Precisamos fazer uma identificação precoce, que une o tecnológico. Precisamos transpor as barreiras existentes e, consequentemente, avançar para não deixar ninguém para trás no tratamento do câncer, especialmente em países de baixa e média renda, onde as disparidades no acesso e tratamento permanecem significativas”, detalhou.
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Vanessa Rodrigues
Ministério da Saúde