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SECA EXTREMA
Equipe da Saúde encerra missão que avalia os impactos das queimadas no Pará
Foto: Gabriel Bandeira/MS
Foi encerrada, na sexta-feira (18), a missão da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde, que ocorreu no Pará, para colher informações sobre a situação das populações atingidas pela estiagem e queimadas. Ao longo de uma semana, a equipe do Ministério da Saúde visitou os municípios paraenses de Altamira, Marabá, Santarém e Itupiranga.
Com o encerramento da visita técnica, a equipe produzirá um diagnóstico situacional para subsidiar as ações e estratégias que o Ministério da Saúde deverá adotar para atender as necessidades identificadas e implementar soluções para melhorar a saúde da população.
Juntos, os municípios visitados acumulam 6.340 focos de incêndio, representando 16% dos mais de 39.500 focos no estado em 2024, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo o informe Monitoramento de Queimadas para Vigilância em Saúde, durante a semana epidemiológica 40 (SE 40), dos 144 municípios paraenses, 44 apresentaram níveis de concentração de material particulado fino superiores ao recomendado pelas diretrizes de qualidade do ar da Organização Mundial da Saúde (OMS), potencialmente afetando mais de 2 milhões de pessoas.
"O diagnóstico situacional é fundamental para apoiar as ações estratégicas do ministério no enfrentamento de emergências. Agora, outra equipe técnica irá ao Amapá para identificar os principais problemas enfrentados na saúde", declarou Edenilo Baltazar Barreira Filho, diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (DEMSP) e comandante da Sala de Situação.
Saúde indígena
O Pará possui 827 aldeias, com uma população de 59.783 indígenas, segundo dados da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai). Devido à estiagem, 282 aldeias foram impactadas, afetando 20.427 indígenas. Durante as visitas técnicas às comunidades, foram relatados problemas de saúde devido à fumaça gerada pelas queimadas, afetando principalmente crianças e idosos. Entre os problemas, estavam dificuldade respiratória, sangramento nasal, ardência nos olhos e impacto na saúde mental.
O Ministério da Saúde já esteve em outros quatro estados da região Norte: Acre, Amazonas, Rondônia e Tocantins. Após essas visitas, Acre e Amazonas enviaram ao governo federal um ofício com a declaração de emergência em saúde. Considerando a condição de saúde local, a situação epidemiológica, a necessidade de atendimento à população e a sobrecarga da rede assistencial, foram liberados mais de R$ 1,2 milhão para ajudar os estados, por meio da Portaria Nº 5.506/2024, assinada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Gabriel Bandeira e João Vitor Moura
Ministério da Saúde