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DOENÇAS RENAIS
Divulgado boletim epidemiológico sobre doença renal crônica no Brasil
Na quarta-feira (16), o Ministério da Saúde apresentou um boletim epidemiológico sobre a doença renal crônica (DRC) no Brasil, abrangendo o período de 2010 a 2022, durante um webinário da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA). O documento, resultado de parceria entre a SVSA, a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps) e a Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (Saes), destaca um aumento de 152,81% no número de registros de atendimentos na Atenção Primária à Saúde (APS) entre 2019 e 2023, especialmente nas regiões Sudeste e Sul, além de abordar os custos e impactos da doença na saúde pública.
De acordo com a coordenadora-geral de Prevenção às Condições Crônicas na Atenção Primária à Saúde, Aline Xavier, a DRC é considerada uma condição de grande relevância para a saúde afetando cerca de 10% da população. Aline ressaltou a importância da atenção primária, não apenas no acompanhamento das pessoas com a doença renal já estabelecida, evitando que cheguem a um estágio mais grave, mas, sobretudo, na prevenção e identificação precoce dos fatores de risco relacionados à esta condição. Destacou, ainda, algumas das iniciativas importantes em andamento na Saps, como a ampliação da cobertura da APS no país, a qualificação dos profissionais e futuras melhorias no Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC).
Entretanto, a análise também revela desigualdades regionais, com algumas áreas, principalmente na Região Norte, apresentando quedas significativas nos atendimentos em 2020, refletindo os impactos da pandemia de covid-19. O boletim alerta para a necessidade urgente de estratégias que contemplem tanto a vigilância em saúde quanto a integração entre atenção primária e especializada em saúde, com foco em grupos de risco, especialmente homens e pessoas entre 50 e 79 anos, que foram os que tiveram mais registros de atendimentos.
O estudo também destaca que, além do aumento na incidência da doença renal crônica, fatores como o envelhecimento populacional, a baixa qualidade da alimentação com consumo de ultraprocessados e a crescente prevalência de diabetes e hipertensão complicam ainda mais a situação. Com cerca de 38 milhões de brasileiros vivendo com hipertensão e 12 milhões com diabetes, o boletim reforça a urgência de políticas públicas eficazes para o controle e a prevenção dessas doenças.
Plano de Dant
Diante desse cenário, o Ministério da Saúde busca não apenas informar profissionais e gestores sobre os desafios impostos pela DRC, mas também implementar ações estratégicas que visem a redução da morbimortalidade e dos custos associados a essa doença. A continuidade das iniciativas do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos Não Transmissíveis no Brasil, 2021-2030 (Plano Dant) é fundamental para modificar essa realidade alarmante e promover uma saúde pública mais equitativa e eficaz.
Com 226 ações organizadas em blocos, o plano foca na promoção da saúde, educação e capacitação de profissionais, assegurando que as estratégias atendam às necessidades da população. Cada bloco é acompanhado por indicadores e metas específicas, permitindo uma abordagem integrada e eficaz. A colaboração entre o ministério, secretarias estaduais e municipais, além da sociedade civil, é essencial para promover uma saúde pública mais equitativa e sustentável até 2030.
Confira o Boletim Epidemiológico - Volume 55 - n°12
João Moraes
Ministério da Saúde