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SECA EXTREMA
Conheça as recomendações do Ministério da Saúde para enfrentamento da seca no Amapá
Foto: João Vitor Moura/MS
Após conhecer a realidade da saúde de Macapá, Tartarugalzinho e as aldeias do Distrito Sanitário Especial Indígena do Amapá e Norte do Pará (DSEI AMP) em relação ao impacto da seca e da estiagem, a equipe da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde encerrou visita técnica no Amapá.
O principal problema na região é a dificuldade no acesso à água potável. A equipe do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua), que também faz parte da Sala, alertou o estado sobre a necessidade de reforçar as medidas de orientação da população sobre o armazenamento adequado da água em reservatórios domésticos, limpeza adequada das caixas d'água e desinfecção da água com hipoclorito de sódio. Dos 16 municípios amapaenses, apenas 3 realizam o monitoramento da vigilância da qualidade da água, o que indica um grande déficit de dados e informações sobre a qualidade da água para consumo humano. O monitoramento é importante, pois pode reduzir a morbimortalidade por agravos e doenças de transmissão hídrica.
A equipe técnica reforçou, também, a necessidade de monitoramento da situação de abastecimento de água em áreas afetadas pela seca, dada a pressão que esta condição impõe às estruturas de saúde e saneamento. Entre as ações recomendadas, está o reforço na oferta de água com o uso de carros-tanque, a adoção de sistemas de filtragem para garantir a qualidade da água e o aumento da frequência no monitoramento das amostras de água captada, visando reduzir os riscos à saúde pública.
Por mais que o número de focos de incêndio no estado tenha reduzido 57% em relação ao ano anterior, a equipe registrou que há casos de síndromes respiratórias devido à fumaça inalada, e que é preciso capacitar os profissionais de saúde para o manejo clínico para essa situação.
As comunidades indígenas sofrem mais com a seca e a estiagem. Componente da Sala de Situação, as técnicas da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), reforçaram a necessidade do cuidado específico com a saúde dessa população, que vivem em localidades de difícil acesso.
Outro ponto relatado à equipe foi o uso de fogo para caçar animais pela comunidade ribeirinha, por conta da escassez de peixes nos rios, principal forma de obtenção de proteína nas refeições. A prática pode resultar em queimadas na região.
Nesta semana, o Governo Federal abriu crédito extraordinário no valor de R$ 938,4 milhões para o combate à crise climática. O valor será destinado para sete ministérios, incluindo o da Saúde.
O Ministério da Saúde vai utilizar esse recurso para aquisição de insumos e suprimentos, campanhas educativas e manutenção de equipamentos de apinho à assistência especializada. Além de celebrar ou aditivar contratos de oito Distritos Sanitários Indígenas (DSEI) para ampliar o fornecimento de água potável; fortalecer as ações de vigilância em saúde ambiental, saúde do trabalhador e reforçar a disponibilização de medicamentos básicos.
João Vitor Moura e Leidiane Souza
Ministério da Saúde