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ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
Cerimônia discute avanços e perspectivas da saúde da população idosa no Brasil
Foto: Franklin Paz/MS
Nesta quinta (24), o Ministério da Saúde realizou, em Brasília, uma cerimônia em alusão ao Mês da Pessoa Idosa e discutiu os avanços e perspectivas futuras da saúde da população idosa no Brasil. Além dos cuidados com o envelhecimento saudável, foram debatidas estratégias para responder ao aumento significativo de pessoas com mais de 60 anos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, atualmente, o Brasil tem cerca de 32,9 milhões de idosos, representando, aproximadamente, 15,8% da população. Deste total, estima-se que 70% dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS).
Fortalecer o controle social, garantir recursos orçamentários e incentivar estudos e pesquisas fazem parte do compromisso do Governo Federal para que o aumento da expectativa de vida aconteça de forma ativa e saudável. Felipe Proenço, secretário de Atenção Primária à Saúde (Saps), ressaltou a importância de realizar um balanço das ações em concordância com o “Mais Saúde da Família”, que visa ampliar o acesso à atenção primária por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF).
“É primordial que a gente avalie nosso trabalho e pense em iniciativas voltadas para a atenção à saúde da população idosa. Um exemplo é a criação de campos específicos para este público no Prontuário Eletrônico do Cidadão [PEC e-SUS APS], que hoje chega em 76% dos municípios e é capaz de consolidar informações para orientar o planejamento de novas políticas públicas”, observou o secretário.
Ações
Em fase de experimentação, a ampliação do PEC e-SUS APS visa qualificar o registro da avaliação multidimensional da pessoa idosa no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab). A ferramenta permitirá intervenções mais precoces e efetivas para melhorar os cuidados oferecidos aos idosos na rede pública de saúde. Com o novo recurso, será possível rastrear, por exemplo, o histórico de quedas, sinais ou sintomas sugestivos de demência em fases iniciais, transtornos de humor como depressão ou ansiedade, e riscos de problemas nutricionais, mobilidade ou comunicação.
Os atuais desafios enfrentados com o envelhecimento da população, as crises causadas pelas mudanças climáticas e os impactos da pandemia de covid-19 na saúde das pessoas acima de 60 anos provocaram alterações no funcionamento do SUS e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), exigindo uma adequação de novas tecnologias e o início das discussões para a revisão da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) - criada pelo presidente Lula em 2006 - e da Caderneta da Pessoa Idosa.
Mais de 70 milhões de atendimentos
A reestruturação da Saúde da Família também integra o escopo de ações do Ministério da Saúde em benefício dos idosos, pois ela atua no trabalho preventivo com gestão ao cuidado e não apenas de forma ambulatorial. Em todo o Brasil, existem 52.738 equipes de Saúde da Família (eSF), 31.222 equipes de Saúde Bucal (eSB), 281.062 agentes comunitários de saúde (ACSs) e 2.678 equipes multiprofissionais (eMulti). De janeiro a agosto deste ano, foram realizados mais de 71,5 milhões de atendimentos e 106 milhões de visitas domiciliares para pessoas idosas na atenção básica.
Outro ponto importante é o indicador composto de saúde do idoso – componente de qualidade e boas práticas – que está em pactuação com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais (Conasems) no novo modelo de cofinanciamento da APS. Essa estratégia representa um marco significativo na promoção de melhores práticas de saúde para a população idosa na APS, incentivando a melhoria contínua dos serviços prestados.
Ao longo da cerimônia, foram apresentadas outras medidas da atenção primária para melhor atender a população idosa, como o cuidado integral ao longo de todo o curso da vida; abordagem familiar e orientação comunitária em atenção ao contexto dessas pessoas, reconhecendo, inclusive, suas referências culturais; o Programa Academia da Saúde (PAS); e o Incentivo à Atividade Física (IAF).
Estiveram também presentes no evento representantes dos ministérios dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC); Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS); da Casa Civil da Presidência da República; Organização Pan-Americana de Saúde (Opas); Conselho Nacional de Saúde (CNS); Conasems; Conass e Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Ana Freire
Ministério da Saúde