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SAÚDE AMBIENTAL
Vigilância da qualidade da água é tema de reunião coordenada pelo Ministério da Saúde
Foto: Laudemiro Bezerra/MS
Teve início na terça-feira (26), em Brasília, a Reunião Nacional do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua). Organizado pelo Ministério da Saúde, o evento reúne técnicos e gestores das secretarias estaduais e distrital de saúde para discutir avanços, desafios e prioridades do programa para 2025.
Durante a abertura, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, destacou a importância estratégica da vigilância da qualidade da água. “O acesso à água é um direito humano fundamental e nós precisamos garantir a sua qualidade. Estamos trabalhando arduamente para recuperar o esforço construído a muitas mãos com o Vigiagua e identificar como avançar nessa vigilância no Brasil”, afirmou.
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, Agnes Soares, reforçou a relevância do tema. “Água é central para garantir a qualidade de vida e a saúde das populações. Não tem como garantir saúde sem o controle de qualidade da água”, afirmou. Agnes também ressaltou o papel do Vigiagua no enfrentamento de crises ambientais e sanitárias. “Passamos de uma emergência de excesso de água para outra de escassez, mas, em ambos os casos, a vigilância foi fundamental para evitar maiores danos”.
Já a coordenadora-geral de Vigilância em Saúde Ambiental, Eliane Ignotti, comemorou a retomada do evento após anos de interrupção. “Esse encontro foi planejado com muito cuidado e dedicação pela equipe. A pauta da vigilância da água nunca foi tão urgente, especialmente diante da crise climática, que exige criatividade e conhecimento para enfrentar os desafios futuros”, destacou. O evento não ocorria desde 2017.
Representando a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Priscila Campos Bueno reforçou o compromisso da instituição em apoiar o Brasil no fortalecimento das ações de vigilância. “Mais de 160 milhões de pessoas na América Latina e Caribe ainda não têm acesso à água fornecida de forma segura. É nosso dever garantir que esse direito humano seja uma realidade, e isso exige articulação intersetorial e soluções adequadas às realidades locais”, afirmou.
A representante da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), Thais Mitsuko, abordou os desafios específicos enfrentados nos territórios indígenas. “Muitas aldeias estão em áreas remotas e de difícil acesso, sem energia elétrica estável e com limitações estruturais. Ainda assim, seguimos comprometidos em prover água de qualidade às populações indígenas”, declarou.
A programação da reunião incluiu a Mostra Adriana Cabral, que promove a troca de experiências bem-sucedidas na vigilância da qualidade da água em diferentes esferas de governo. A expectativa é que as discussões realizadas durante os três dias do evento resultem em estratégias mais eficazes e integradas para o ano de 2025.
“Precisamos retomar a noção de que não dá para fazer saúde pública sem tratar da vigilância de qualidade da água”, concluiu Agnes Soares, reforçando o compromisso do Ministério da Saúde com o fortalecimento do Vigiagua como uma prioridade estratégica para a saúde pública no Brasil.
João Moraes
Ministério da Saúde