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SAÚDE & INCLUSÃO
Ministra reforça compromisso com fortalecimento do SUS na abertura do 12º Congresso Brasileiro de Epidemiologia
Foto: Rafael Nascimento/MS
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, participou, no domingo (24), da abertura do 12º Congresso Brasileiro de Epidemiologia, realizado no Rio de Janeiro. Com o tema “A Epidemiologia e a Complexidade dos Desafios Sanitários”, o evento é promovido pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e as universidades Federal Fluminense (UFF), Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). O congresso, que segue até o dia 27 de novembro, reúne especialistas para discutir e apresentar soluções para os principais desafios da saúde pública.
Cerca de três mil participantes do Brasil e de outros países estão reunidos no congresso, que tem como foco a atuação para enfrentar os desafios da saúde coletiva, as desigualdades sociais, aumento da violência e acidentes, saúde mental, doenças infecciosas e emergentes, além dos impactos de extremos climáticos sobre a saúde da população.
“A preservação e o avanço da democracia, com inclusão e participação social, são desafios centrais no cenário atual. Em tempos difíceis, é fundamental compartilhar preocupações como as mudanças climáticas, a insegurança alimentar e as lições da pandemia. O título da minha apresentação, ‘Mutação: Tempos de Emergências’, reflete como as emergências se tornaram parte do cotidiano", destacou a ministra durante sua apresentação na abertura do Congresso.
No Ministério da Saúde, estamos enfrentando esses desafios com inovação, para isso, criamos a Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI) para integrar novas tecnologias e promover uma saúde mais inclusiva”, acrescentou Trindade.
Ainda durante sua apresentação, a ministra elencou desafios a serem enfrentados resultando no compromisso do Governo Federal frente às desigualdades sociais, que seguem agravadas por modelos de desenvolvimento excludentes, como, segundo ela, o neoliberalismo.
Na oportunidade, ela destacou o impacto das mudanças climáticas, que afetam desigualmente diferentes populações, aprofundando as vulnerabilidades existentes; a desigualdade no acesso e na produção de ciência, tecnologia e inovação, limitando o avanço de sociedades mais equitativas; profundas transformações no mundo do trabalho, impulsionadas por novas tecnologias e mudanças demográficas; e o papel das novas tecnologias de informação e comunicação, que moldam novas formas de sociabilidade e, ao mesmo tempo, trazem desafios à democracia.
Coalizão global para ampliar acesso a vacinas e conter a desinformação
Ao falar sobre o G20, realizado no Rio de Janeiro, a ministra falou da criação de uma coalizão global para fortalecer a produção local e regional de vacinas e tratamentos, com foco em países de baixa renda. A iniciativa inclui transferência de tecnologia e cooperação técnica, buscando reduzir desigualdades no acesso a imunizantes.
Outra prioridade do G20 foi o enfrentamento à desinformação sobre saúde. A ministra lembrou que narrativas falsas, como as que associam vacinas a mortes e doenças graves, têm prejudicado campanhas de imunização, especialmente no caso da COVID-19.
Estande da Saúde
O Ministério da Saúde marca presença no Congresso com um estande organizado pelas secretarias: Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES), Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), Secretaria Executiva (SE), Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI).
No espaço, são oferecidas informações sobre o Programa de Epidemiologia para Gestores, a atuação da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar e a apresentação do Guia de Elaboração de Planos de Contingência. O estande também conta com painéis interativos, jogos educativos e conteúdos acessíveis que destacam o desenvolvimento científico, tecnológico e a importância do Sistema Único de Saúde (SUS).
As discussões vão se concentrar em questões que atravessam a saúde da população brasileira como: desigualdades sociais e problemas contemporâneos como aumento de violência e acidentes, aprofundamento de questões de saúde mental, doenças infecciosas e emergentes, assim como agravos consequentes de extremos climáticos.
Compromisso com inovação e equidade
O Ministério da Saúde tem reafirmado seu compromisso com o fortalecimento do SUS, priorizando a equidade e a inclusão, além de enfrentar desafios contemporâneos como doenças emergentes, mudanças climáticas e desigualdades sociais. Entre as conquistas recentes, destaca-se a criação do programa Brasil Saudável, a primeira política governamental mundial focada na eliminação de doenças socialmente determinadas. Em 2024, o Brasil foi reconhecido como o 20º país a eliminar a filariose linfática, consolidando avanços históricos.
Além disso, o país recuperou o Certificado de Eliminação do Sarampo, perdido em 2019, e ampliou significativamente a cobertura vacinal. “Em 2023, conseguimos aumentar a adesão a 13 das 16 vacinas oferecidas pelo SUS, o que nos tirou da lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas, segundo a Unicef e a OMS”, destacou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Investimento em ciência
O fortalecimento da ciência e tecnologia tem sido uma prioridade estratégica. Por meio da reestruturação do Complexo Econômico Industrial da Saúde (CEIS), o Brasil planeja produzir até 70% das necessidades do SUS até 2033. Com o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), foram destinados R$ 4,2 bilhões para expandir a capacidade produtiva e tecnológica de laboratórios públicos até 2026.
“Esses investimentos não apenas fortalecem nossa soberania na área da saúde, mas também garantem que nossas ações sejam sustentáveis e eficazes a longo prazo”, afirmou a ministra.
Saúde e ações globais
Sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil tem assumido um papel ativo em fóruns internacionais, como o G20. Entre os acordos firmados, estão o apoio ao fundo pandêmico, acesso equitativo a vacinas e iniciativas para enfrentar mudanças climáticas no âmbito da saúde.
Além disso, o país fortaleceu a abordagem Uma Só Saúde, que integra saúde humana, animal e ambiental, para lidar com desafios globais como a emergência de novas doenças.
Epidemiologia e inclusão
A vigilância epidemiológica segue como uma ferramenta essencial para a formulação de políticas públicas eficientes. Em 2024, o Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS (EpiSUS) completou 24 anos, ampliando suas ações com vagas afirmativas para negros, indígenas, quilombolas e pessoas transgêneras.
Desde a criação do SUS, a vigilância epidemiológica tem sido um pilar na eliminação de doenças e na melhoria dos indicadores de qualidade de vida da população. “O SUS é um exemplo internacional de como organizar sistemas de saúde baseados na ciência e no diálogo. Nossa missão é promover um SUS que cuide de todos os brasileiros, sem deixar ninguém para trás”, concluiu Nísia Trindade.
Edjalma Borges
Ministério da Saúde