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ÁGUA POTÁVEL
Ministério da Saúde reforça a necessidade de ações coordenadas para enfrentar desafios ambientais globais
Foto: Laudemiro Bezerra/MS
O Ministério da Saúde apresentou, nesta terça-feira (26), uma análise detalhada dos desafios que as mudanças climáticas impõem à saúde pública, com foco na qualidade da água potável. O diagnóstico foi feito durante o primeiro dia da Reunião do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua), que reúne cerca de 100 pessoas em Brasília, até quinta-feira (28).
Durante o encontro, a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (DVSAT), Agnes Soares, ministrou o painel “Vigiagua na COP30”. Em sua fala, ela destacou que “as mudanças climáticas agravam as desigualdades preexistentes. Devemos estar atentos aos impactos sobre a saúde pública, incluindo a qualidade da água”.
A diretora ressaltou a importância da cooperação global, citando o recente encontro do G20, realizado no Rio de Janeiro. Segundo Agnes Soares, o enfrentamento das mudanças climáticas exige esforços conjuntos. “A mudança climática não pode ser resolvida de forma isolada por um município, estado ou país. Precisamos de um acordo global, assim como ocorre com as vacinas, em que a imunização de um país não é suficiente se seus vizinhos não vacinarem também”, explicou.
Agnes ainda destacou a relevância de políticas intersetoriais no enfrentamento da crise climática, reforçando o papel da saúde pública, especialmente no monitoramento da qualidade da água. “O monitoramento da qualidade da água para consumo humano é o único cuja responsabilidade é direta do setor saúde, tendo importância central na vigilância em saúde ambiental. Não é uma questão paralela. A saúde começa com água de qualidade”, pontuou, defendendo uma atuação integrada para garantir a resiliência das populações diante das adversidades.
Durante o encontro, as ações em nível internacional também estiveram no centro da discussão. A diretora mencionou o impacto positivo das grandes conferências climáticas, como a COP29, realizada recentemente no Azerbaijão, onde foi firmado um acordo de financiamento de 300 milhões de dólares anuais para mitigar os danos climáticos. “A saúde tem sido, pela primeira vez, uma pauta central nas discussões climáticas internacionais, o que é fundamental para garantir que uma parte do financiamento seja destinada a medidas de adaptação”, afirmou.
Encerrando sua participação, Agnes convocou os presentes a se prepararem para a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) em 2025, que será sediada no Brasil. “Temos a oportunidade de mostrar, em 2025, como as coisas devem ser feitas. Este é o momento para apresentar soluções que melhorem a resiliência dos sistemas, especialmente no que se refere ao acesso à água de qualidade”, concluiu.
Organizada pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), a Reunião Nacional do Vigiagua reuniu técnicos e gestores das secretarias estaduais e distritais de saúde para discutir avanços, desafios e prioridades do programa para 2025.
João Moraes
Ministério da Saúde