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SAÚDE INDÍGENA
Ministério da Saúde entrega 18 mil insumos e medicamentos para o território Yanomami
Foto: Matheus Brasil/MS
O Ministério da Saúde abasteceu o território Yanomami com 18 mil insumos e medicamentos para compor salas de estabilização, malas de emergência e atender emergências obstétricas. A medida é mais um investimento da pasta para evitar a retirada de indígenas para o ambiente urbano.
A entrega, realizada na última semana, comtempla medicamentos não listados na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), que é a lista de medicamentos instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os insumos foram adquiridos pela Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS), dentro do Plano Emergencial de Saúde para a região. A Central de Abastecimento Farmacêutico do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Yanomami administra o estoque.
Os remédios entregues serão distribuídos de forma centralizada para os polos-base, conforme as demandas específicas de cada região. Parte do material também será destinado à Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami, responsável pelo atendimento médico especializado à população indígena da área.
Entre os itens entregues, estão medicamentos contra sangramentos após traumas, dores intestinais, náuseas e vômitos, antibióticos e antieméticos.
Vela a lista de medicamentos entregues:
- Ácido tranexâmico;
- Ceftriaxona sódica;
- Cloreto de sódio;
- Escopolamina;
- Furosemida;
- Metronidazol;
- Norepinefrina;
- Ondansetrona;
- Ringer associado com sódio;
- Simeticona;
- Tenoxicam
O médico Alysson Figueiredo, coordenador de remoção no Dsei Yanomami, explica que o abastecimento contempla duas atenções simultâneas: a atenção primária e secundária.
“Com insumos adequados, que serão distribuídos nas salas vermelhas e nos locais onde há necessidade de atenção especializada, a tendência é que os índices de remoção continuem a diminuir”, destaca.
Alysson salienta que a distribuição de medicamentos não listados na Rename é uma inovação. “A necessidade foi percebida com as equipes em território, durante os atendimentos e descrito em relatórios. É uma grande inovação pois permite dar uma assistência com qualidade e precisávamos de insumos adequados. Só com os preconizados para a atenção primaria, não teria como assistir todos os indígenas do território”, pondera.
O Ministério da Saúde reformulou o fluxo de remoções dos indígenas para hospitais de Boa Vista (RR). Agora, a prioridade é que o paciente seja tratado na própria comunidade, respeitando o bem viver e a cultura do povo. Com isso, somente casos graves são deslocados.
A mudança só foi possível após o aumento da assistência no território. A nova estratégia impactou positivamente: a assistência qualificada reduziu em 90% as remoções.
Conjuntura
O Ministério da Saúde divulgou, em agosto, um novo informe do Comitê de Operações Emergenciais (COE) Yanomami. No primeiro trimestre deste ano, foram notificados 74 óbitos no território. Na comparação com igual período do ano passado, houve uma queda de 33%. Nos três primeiros meses de 2023, foram registradas 111 mortes. O documento ressalta que os principais agravos tiveram queda como, óbitos por malária, desnutrição e infecções respiratórias agudas graves.
O povo Yanomami tem a maior terra indígena do Brasil, com 10 milhões de hectares, mais de 380 comunidades e 30 mil indígenas. Desde janeiro de 2023, o ministério investe para mitigar a grave crise causada na região pelo garimpo ilegal.
A pasta aumentou o efetivo de profissionais, dobrou o investimento em ações de saúde e trabalhou para garantir a assistência e combater doenças, como a malária e a desnutrição no território.
Otávio Augusto
Ministério da Saúde