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REDUÇÃO DE DESIGUALDADES
Ministério da Saúde debate parceria com o epidemiologista Michael Marmot para reduzir iniquidades em saúde
Foto: divulgação/MS
Em reunião paralela no encerramento da Reunião de Ministros da Saúde do G20, as secretárias de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, e de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad, reuniram-se com o renomado epidemiologista e diretor do Instituto de Equidade em Saúde da University College London (UCL), Michael Marmot. O professor – que lidera grupos de pesquisa sobre desigualdades em saúde há mais de 30 anos, em parceria com diversos órgãos internacionais e governamentais – também foi presidente da Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde (CSDH), criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2005, e presidente da World Medical Association.
Na oportunidade, as representantes do Ministério da Saúde destacaram que o combate às desigualdades está no centro da agenda do governo Lula, também na área da Saúde. Como exemplo, citaram a criação do Programa Brasil Saudável, que tem por objetivo a eliminação das doenças determinadas socialmente que afetam, principalmente, pessoas em áreas de maior vulnerabilidade social. Segundo Ethel Maciel, quase 90% dessas doenças e infecções – como Doença de Chagas, malária, tracoma, tuberculose, hanseníase, hepatites e HIV – estão concentradas em cerca de 130 municípios do país.
Michael Marmot manifestou a intenção de expandir para o Brasil o projeto Marmot Cities, uma parceria entre cidades e o Instituto de Equidade na Saúde da UCL para reduzir as disparidades nos resultados de saúde da população local. Também tratou da possibilidade de parceria na produção de dados nacionais, de forma a monitorar as tendências de igualdade de acesso à saúde, “o que é importante para iniciativas em políticas públicas”, afirmou.
“Foi possível compreender, com base na explanação de Sir Marmot, que, embora ele tenha uma trajetória de imensurável excelência como pesquisador, sua atuação atual tem foco em recomendações práticas para orientar políticas públicas e medir o impacto dessas ações sobre os determinantes sociais de saúde”, ressaltou a secretária Ana Estela, responsável pela pauta da transformação digital no SUS.
A secretária de Saúde e Vigilância Ambiental sugeriu o desenvolvimento de um índice capaz de medir os avanços nos determinantes sociais da saúde, além de uma lista de recomendações. Ethel Maciel apontou, ainda, que o Ministério da Saúde tem uma base de dados robusta e que produz pesquisas de grande porte que podem ser potencializados em parceria com a UCL, como o Vigitel – que trata de doenças crônicas não transmissíveis –, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), voltada à população escolar de 13 a 17 anos, e a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), a ser realizada em 2025.
Para as próximas semanas, foi acordado que as secretárias organizarão uma reunião virtual com Michael Marmot, com previsão de participação da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e de professores da Fiocruz/RJ, do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fiocruz/BA, e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Brasil Saudável
O programa Brasil Saudável está alinhado às diretrizes e metas da Agenda 2030 – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) – e à iniciativa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para a eliminação de doenças nas Américas. Assim, suas ações vão além de questões relativas à Saúde, pois dialogam com outros setores do governo relacionados à moradia, renda e ao acesso ao saneamento básico e à educação, entre outras políticas públicas. Ao todo, 14 ministérios e diversas organizações da sociedade civil integram o Brasil Saudável, que é coordenado pelo Ministério da Saúde.
Ministério da Saúde