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AÇÃO CONJUNTA
Saúde recebe parlamentares norte-americanos para debater plano conjunto para combate ao racismo
Foto: Rafael Nascimento/MS
O Ministério da Saúde recebeu parlamentares norte-americanos que compõem o Black Caucus – uma articulação política de congressistas negros que atua contra o racismo e em prol dos direitos dos afro-americanos. O encontro, realizado em 25 de março, buscou promover intercâmbio sobre ações antirracistas nos dois países e discutir o Plano de Ação Conjunta entre Brasil e Estados Unidos para Eliminar a Discriminação Étnica e Racial e Promover a Igualdade (Japer), que vem sendo estruturado pelo Ministério da Igualdade Racial.
Ao longo das discussões, a delegação norte-americana relatou ter percebido várias similaridades entre os problemas enfrentados pela população negra no Brasil e nos Estados Unidos. O grupo manifestou interesse particular na atuação governamental relacionada à saúde mental, letalidade policial de jovens negros, formação de pessoas negras e pardas em saúde, mortalidade materno-infantil, além de ações interseccionais voltadas para indígenas e pessoas LGBQTIA: “Há muitas formas para aprendermos juntos”, contou a congressista Sidney Kamlager.
Representantes do Ministério da Saúde destacaram o pioneirismo histórico da atuação brasileira voltada para combate às iniquidades étnico-raciais na saúde. Um exemplo disso é a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PnSiPn), lançada em 2009 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva – um feito, até então, inédito em boa parte dos países que fazem parte da diáspora africana. “O princípio da equidade em saúde nos diferencia de outros países da América Latina”, destacou o coordenador de Atenção à População Negra, Marcos Costa.
A Assessoria para Equidade Racial em Saúde, representada pela assessora técnica Stephany Damasceno, expôs as diversas iniciativas da pasta para combate ao racismo na saúde, como a Estratégia Antirracista na Saúde, lançada no ano passado, que prevê ações afirmativas e capacitações que incentivem a diversidade étnico-racial entre os colaboradores de todos os níveis, monitoramento de indicadores raciais e o direcionamento de recursos equidade em saúde. “A gestão da ministra Nísia Trindade trabalha essas questões de maneira transversal e interseccional”, contou.
O Ministério da Saúde também contou com representação do chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais (Aisa), embaixador Alexandre Ghisleni, e da assessora do Gabinete do Departamento de Promoção da Saúde, Lia Maria. A Divisão de Saúde do Ministério das Relações Exteriores foi representada pelo seu subchefe, Ricardo Nocera Pires. Do Instituto Raça e Igualdade, participaram Carlos Quesada, Rodnei Jericó da Silva, Nathaly Calixto e Paolla Moura.
Como parte da delegação Black Caucus, compareceram os parlamentares Sidney Kamlager e Jonathan Jackson, além do diretor legislativo, Gregory Adams, que representou a congressista Bárbara Lee. A diretora do Centro de Relações Internacionais da Howard University, Tonija Navas, também participou das discussões. Por parte do National Association for the Advancement of Colored People (NAACP), participaram a presidente Janai Nelson e a diretora Tona Boyd. A ativista Adrienne Hood esteve presente representando a organização estaduniense Mothers Againgst Brutality – um coletivo de mães que atua contra a violência policial.
Também participaram membros da Divisão de Saúde do Ministério das Relações Exteriores, do Centro de Relações Internacionais da Howard University e das organizações National Association for the Advancement of Colored People (NAACP), Mothers Againgst Brutality e Instituto Raça e Igualdade.
Nadja Alves dos Reis
Ministério da Saúde