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INOVAÇÃO
Começa o treinamento para uso da tafenoquina contra malária no território Yanomami
Foto: Igor Evangelista/MS
As equipes técnicas do Ministério da Saúde estão em Roraima até a próxima sexta-feira (22) para treinar os profissionais que atuam no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-YY) a utilizarem o novo protocolo contra a malária por Plasmodium vivax, que inclui o medicamento tafenoquina como tecnologia inovadora. O território Yanomami é o primeiro do país a receber a tecnologia, com uma remessa inicial de 4 mil esquemas de tratamento para a nova estratégia.
Serão capacitados 105 profissionais do DSEI-YY divididos em grupos e alternando entre orientações teóricas e práticas sobre como realizar o protocolo. As turmas incluem médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem tanto em Boa Vista quanto no polo-base Surucucu. A equipe do Ministério da Saúde também trabalha na capacitação dos profissionais para tratamento da malária grave, em gestantes e em crianças, que utilizam os esquemas de medicamento mais tradicionais.
Tratamento mais simples
O novo esquema de tratamento consiste na administração de cloroquina por três dias, seguida por dose única de tafenoquina. Para isso, é preciso que seja utilizado, em conjunto, o teste de farmacogenética para quantificação da enzima G6PD. O exame atua como tecnologia auxiliar, uma vez que o novo remédio só pode ser usado por pacientes maiores de 16 anos de idade, com peso maior que de 35kg, não grávidas, não lactantes e com mais de 70% de atividade da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase. É para medir este último indicador que o exame é necessário.
Esse protocolo substitui a antiga forma de tratamento, com sete dias de primaquina e leva vantagem pela redução do número de dias necessários para o acompanhamento médico. Segundo o parecer de incorporação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), a utilização do esquema deve “diminuir as chances de recaída” da malária.
“É importante reconhecer que a malária não é apenas uma preocupação de saúde pública, mas também uma questão de justiça social e equidade. Ao garantir o acesso a tratamentos eficazes como a tafenoquina, o Ministério da Saúde está atuando para proteger e promover a saúde de todas as comunidades, especialmente aquelas que são mais vulneráveis”, enfatiza o secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba.
Eliminação da doença como problema de saúde pública
Doença infecciosa febril aguda causada por protozoários do gênero Plasmodium, a malária é transmitida pela picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, também conhecido como mosquito-prego. Ela figura no grupo das doenças socialmente determinadas, que afetam principalmente pessoas em condições de vulnerabilidade socioeconômica.
Para atingir as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, o Ministério da Saúde lançou o programa Brasil Saudável. A eliminação da malária enquanto problema de saúde pública faz parte do escopo de ações do programa, ao lado da tuberculose, doença de chagas, oncocercose e outras enfermidades similares.