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RIO GRANDE DO SUL
Saúde recomenda nova conduta no tratamento para leptospirose no estado
O Ministério da Saúde recomendou que seja feita uma notificação mais sensível de casos suspeitos de leptospirose no Rio Grande do Sul. Na prática, o tratamento deve ser iniciado de imediato sem a necessidade de confirmação laboratorial da doença e os profissionais de saúde devem estar atentos a isso. O estado sofre com severas enchentes nos últimos dias, o que já levou a morte de mais de 100 pessoas e milhares de desabrigados.
A ocorrência da leptospirose está relacionada principalmente às condições precárias de infraestrutura sanitária e à alta infestação de roedores infectados. Em cenários de desastres climáticos, como inundações, a disseminação e a persistência da bactéria no ambiente podem facilitar a ocorrência de surtos da doença.
A recomendação da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) da pasta é de que o indivíduo que apresente febre e dores, especialmente na região lombar e panturrilha, e que teve contato com água ou lama da inundação no período de até 30 dias anteriores ao início dos sintomas, receba tratamento com quimioprofilaxia. Dessa forma, o sistema de saúde conseguirá captar mais casos na fase inicial da doença, reforça a nota técnica divulgada na quarta-feira (8).
Além disso, deverão ser difundidas informações a todas as pessoas que tiveram contato com água ou lama de enchentes, sobre os sinais e sintomas da doença e onde ela poderá procurar assistência médica. A pasta pede que seja estabelecido diagnóstico diferencial para doenças respiratórias, diarreicas agudas, infecções do trato urinário, sepse e hepatite A.
O tratamento
O tratamento, orienta o ministério, deve ser iniciado no momento da suspeita clínica, não necessitando aguardar a confirmação dos resultados laboratoriais. É importante considerar que casos podem ser atendidos em municípios que não sofreram com as chuvas, já que muitas famílias se abrigaram em casas de familiares ou amigos em municípios vizinhos. Portanto, todos os agentes públicos devem estar sensíveis e buscar informações da origem do local de residência do paciente.
Uso da quimioprofilaxia
A quimioprofilaxia é o uso de substâncias ou meios químicos para impedir o desenvolvimento de uma doença ou de uma infecção. O seu uso para a leptospirose, frisa a nota, não é recomendado como medida de prevenção em saúde pública “em casos de exposição populacional em massa, por ocasião de desastres climáticos com enchentes”.
No entanto, a quimioprofilaxia para pessoas que estão atuando no resgate pode ser considerada por estarem em exposição constante e com risco de infecção, informa a nota. Neste caso, o método “poderá ser adotado conforme decisão e fluxos definidos na gestão do nível local, a depender da disponibilidade de medicamentos”.
Otávio Augusto
Ministério da Saúde