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RIO GRANDE DO SUL
Força Nacional do SUS prioriza o atendimento a doenças respiratórias
Foto: João Vitor Moura/MS
A principal demanda recebida por profissionais da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) que estão atendendo os sobreviventes das enchentes no Rio Grande do Sul são as Síndromes Respiratórias (SRs). Os atendimentos para essas doenças (síndrome gripal, pneumonia, resfriado) somam 1.334, representando um quarto dos atendimentos (25%). Esse quadro já era esperado para o período de entrada do inverno na região.
Em seguida, vêm os casos gastrointestinais (diarreia), que representam cerca de 7% dos atendimentos, seguidos pelas ocorrências suspeitas de dengue com 5%. Os casos suspeitos de leptospirose representam cerca de 2% dos atendimentos, sendo uma das doenças em tendência de crescimento nos atendimentos da FN-SUS, algo esperado devido ao contato das pessoas com água e lama contaminada com urina de ratos.
Problemas de pele, como alergias, também fazem parte dos quadros mais atendidos pelos profissionais da FN-SUS, que desde o dia 5 de maio já realizaram 5.299 atendimentos. O coordenador do Centro de Operações de Emergência no Rio Grande do Sul (COE), Rodrigo Stabeli, enfatizou a importância das pessoas prestarem atenção aos cuidados para evitar a propagação de doenças.
Leptospirose
"A higienização é fundamental. Portanto, é importante que a população esteja bem informada sobre isso, para que possam retornar às suas casas adequadamente, lavar os alimentos de forma correta e, se apresentarem sintomas como febre, mialgia e dor nos olhos, busquem atendimento imediato conosco", pontuou."Estamos preocupados com o aumento da leptospirose, especialmente neste momento em que as pessoas estão retornando às casas que tiveram em contato com água", pontuou.
Stabeli lembrou que leptospirose, dengue e outras doenças que estão afetando a região são tratáveis no início "proporcionando uma melhor qualidade de vida para quem apresenta esses sintomas".
Orientações para doenças respiratórias
Abaixo, confira as orientações aos gestores de abrigos para evitar a propagação de Síndromes Respiratórias (SRs):
- Proporcionar locais onde os abrigados possam lavar as mãos com água e sabão e incentivar o uso de álcool em gel, principalmente antes de consumir alimentos;
- Transmitir informações sobre cuidados ao espirrar ou tossir, como cobrir nariz e boca e evitar tocar nas mucosas dos olhos;
- Orientar sobre o não compartilhamento de objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas, assim como evitar o contato próximo com pessoas que apresentem sintomas;
- Manter os ambientes bem ventilados;
- Promover uma alimentação balanceada e a ingestão constante de líquidos para as pessoas abrigadas;
- incentivar a vacinação que, disponível para a população e nos abrigos;
- a oferta de máscara para os sintomáticos evitando assim proporcionando uma barreira para um ambiente que é complexo ponto de vista isolamento.
Raio X dos atendimentos
Com relação ao total de atendimentos à população, o Hospital de Campanha (HCamp) de Canoas registrou 2.616, enquanto a unidade de Porto Alegre contabilizou 851. Já a unidade de São Leopoldo soma 201. As equipes móveis atenderam 1.400 pessoas e realizaram 59 remoções aéreas. Todas as estruturas são financiadas pela Força Nacional do SUS do Ministério da Saúde.
A pasta iniciou, na quinta-feira (23), a montagem do quarto hospital de campanha no Rio Grande do Sul. O município de Novo Hamburgo, localizado a 78 quilômetros de Porto Alegre, receberá a unidade, que entrará em funcionamento nos próximos dias.
FORÇA NACIONAL DO SUS | Atendimentos no RS |
---|---|
Hospital de Campanha de Canoas
|
2.616
|
Hospital de Campanha de Porto Alegre
|
851
|
Hospital de Campanha de São Leopoldo
|
201
|
Equipes móveis da FN – SUS
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1.572
|
Remoções aéreas
|
59
|
Total geral
|
5.299
|
Dados atualizados até 23 de maio |
Edjalma Borges
Ministério da Saúde