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HANSENÍASE
Oficina apresenta ações conjuntas para pessoas acometidas pela hanseníase
Foto: Laudemiro Bezerra
Durante os dias 5, 6 e 7 de junho, o Ministério da Saúde realiza a Oficina Nacional das Pessoas Acometidas pela Hanseníase, para debater o enfrentamento ao estigma e à discriminação, além de sintomas e tratamento da doença. O evento, que acontece em Brasília (DF), é organizado pelo Ministério da Saúde e reúne representantes da Opas, do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseniase (Morhan) e dos conselhos de saúde.
Para a diretora do departamento de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA), Alda Maria da Cruz, discutir sobre a hanseníase não se limita às questões de saúde, mas, também, relacionadas às iniquidades sociais, desigualdades, direitos e outros temas.
“Quando reunimos as principais secretarias envolvidas diretamente com a causa, tanto na vigilância como na assistência, e ampliamos esse debate para a academia e os movimentos sociais, nós incluímos as pessoas afetadas pela hanseníase para nos direcionar as ações para o que realmente precisam no enfrentamento da doença”, disse.
Com o tema “Enfrentando desafios em busca de um novo começo”, o encontro visa discutir ações conjuntas entre o Ministério da Saúde, os movimentos sociais e pessoas acometidas com a doença. Dentre os assuntos de debate estão a inclusão social, enfrentamento ao estigma e discriminação; sinais, sintomas e tratamento da doença; direitos das pessoas acometidas; comunicação, controle e mobilização social; e saúde mental.
Tanto o diagnóstico quanto o tratamento da hanseníase são totalmente gratuitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde contabiliza em média 21 mil novos casos de hanseníase por ano no país.
Enfrentamento a hanseníase
Em abril de 2024, a ministra Nísia Trindade assinou a Portaria GM/MS Nº 3.558, que viabiliza mais de R$ 50 milhões para estados e municípios implantarem estratégias de busca ativa de novos casos de hanseníase, incluindo a investigação de contatos; capacitações de profissionais de saúde; realização de testes rápidos; resgates de casos em situação de abandono; além de atividades educacionais nas unidades de saúde, sobre estigma institucional. Os recursos já foram pagos, em parcela única, em maio de 2024.
Além disso, a hanseníase é uma das 11 doenças que fazem parte do Programa Brasil Saudável, que atua para eliminação de doenças determinadas socialmente. De forma inédita, nove ministérios se reuniram para elaborar estratégias de eliminação até 2030, de doenças e infecções que acometem, de forma mais intensa, as populações de maior vulnerabilidade social.
Sobre a doença
A hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, e é transmitida pelas vias respiratórias, por gotículas de saliva ou secreções do nariz durante o contato próximo e prolongado com alguém infectado com a doença e que não esteja em tratamento. A doença possui um longo período de incubação, que é o intervalo de tempo desde o primeiro contato com o vírus, até o início dos sintomas, atingindo pessoas de ambos os sexos e de todas as faixas etárias, e se não tratada, pode causar deformidades e incapacidades físicas, muitas vezes irreversíveis, além de exclusão social.
Carolina Sampaio
Ministério da Saúde