Notícias
G20 EM SALVADOR
Brasil propõe cooperação internacional para estudos de sintomas pós-covid
Foto: Matheus Sarmento/MS
Falhas na memória, fadiga muscular, problemas respiratórios, queda de cabelo. São inúmeros os sintomas relatados por pessoas que tiveram covid-19 e ficaram com sintomas persistentes. E mesmo com várias pesquisas, ainda não se sabe exatamente a causa disso.
Como compreender melhor as condições pós-covid e quais protocolos e métodos de tratamentos similares que podem ser adotados entre os países? Essa foi a questão apresentada pelo Brasil, na quarta-feira (5), em evento paralelo do Grupo de Trabalho da Saúde do G20, em Salvador (BA).
O diretor do Departamento do Programa de Imunização (DPNI), Eder Gatti, apresentou ao Grupo dos 20 a forma como o Brasil acompanha os pacientes com a chamada Covid longa. “A pandemia resultou em uma série de impactos profundos e de longo prazo na nossa sociedade. Além disso a doença e os sintomas persistentes causaram uma intensa pressão dentro do sistema de saúde”, destacou Gatti.
Por se tratar de um tema novo, as pesquisas e inquéritos de base populacional que investigam a prevalência das condições pós-covid ainda estão em andamento. No Brasil, a pesquisa Epicovid, voltada para o tema, realizou visitas domiciliares a 33.250 pessoas que tiveram covid-19 em 133 municípios brasileiros. O objetivo foi levantar dados para subsidiar a criação de políticas públicas direcionadas ao tratamento das chamadas condições pós-covid.
“Nosso estudo comprovou que questões socioeconômicas também influenciam, fazendo com que pessoas mais pobres tenham duas vezes mais chance de ter a doença”, explicou o epidemiologista Pedro Hallal, que coordena o estudo.
Delegações como a do Reino Unido, China, Singapura e União Europeia, além de instituições como Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), manifestaram apoio à proposta de cooperação apresentada pela gestão brasileira.
Primeiras fases do estudo
Entre 2020 e 2021, o Epicovid-19 serviu para traçar um retrato da pandemia que auxiliou cientistas e autoridades em saúde pública a compreender melhor os efeitos e a disseminação do coronavírus no país. Entre as principais conclusões, o estudo apontou que a quantidade de pessoas infectadas naquele momento era três vezes maior que os dados oficiais, com os 20% mais pobres tendo o dobro de risco de infecção em relação aos 20% dos brasileiros mais ricos.
Nathan Victor
Ministério da Saúde