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JULHO AMARELO
Webinário destaca a importância da inclusão e do acolhimento da população trans contra as hepatites virais
Na semana em que foi celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, e em meio às atividades do Julho Amarelo, mês alusivo às ações contra as hepatites virais no Brasil, a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde – por meio do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) – promoveu o webinário “Hepatotrans: a Travestilidade no Contexto da Eliminação das Hepatites Virais”. O evento teve como objetivo discutir as necessidades e os desafios enfrentados pela população trans e travesti no acesso aos cuidados de saúde e no enfrentamento das hepatites virais.
Uma das propostas do webinário foi refletir sobre os espaços ocupados pelas travestis e transexuais nos ambientes de decisão pública, relacionando-os à comunicação, formulação e implementação de políticas voltadas para populações vulnerabilizadas. O Dathi reforça suas políticas de gênero e abre novos caminhos para essa população.
Bruno de Jesus Daloy, enfermeiro especialista em gestão de políticas públicas para a saúde e consultor técnico no Núcleo de Prevenção da Coordenação Geral de Vigilância das Hepatites Virais (CGAHV) da SVSA, abriu o evento destacando a importância de um olhar atento às populações vulnerabilizadas. Segundo ele, a CGAHV está atenta para que as necessidades em saúde sejam ouvidas e atendidas. Já Mário Gonzalez, coordenador da CGAHV e médico infectologista, reforçou a importância do SUS e da abordagem integral e universal das políticas de saúde. "Nós, da Coordenação-Geral de Hepatites Virais, estamos olhando para a população trans com um olhar acolhedor. Precisamos remover as barreiras que impedem essas pessoas de acessar o sistema público de saúde", observou o coordenador.
Alicia Krüger, travesti, e assessora de Políticas de Inclusão, Diversidade e Equidade em Saúde da SVSA, destacou a importância da participação ativa das pessoas trans nas decisões sobre políticas de saúde. "Precisamos de profissionais de saúde treinados para oferecer um atendimento respeitoso e competente e, acima de tudo, precisamos ser vistas e ouvidas nas mesas de decisão", disse.
O webinário marcou um importante passo na eliminação das hepatites virais como problemas de saúde pública. As discussões e reflexões apresentadas no evento evidenciam a importância de políticas públicas que considerem as especificidades e as vulnerabilidades dessas pessoas, garantindo um acesso equitativo e de qualidade aos cuidados de saúde.
Julho amarelo
O Julho Amarelo é um conjunto de atividades promovidas por uma lei que institui o mês de julho como período de atenção às hepatites virais. É fundamental destacar o papel do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, que é o único sistema público de saúde no mundo a atender mais de 100 milhões de pessoas. Com uma população de 217 milhões, 75% dos brasileiros dependem exclusivamente do SUS, que se baseia nos princípios da universalidade, equidade, integralidade e participação social.
João Moraes
Ministério da Saúde