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Laboratório NB3 é modernizado para ampliar vigilância e pesquisa de agentes virais
Foto: Ascom/IEC
O Instituto Evandro Chagas (IEC), campus de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém (PA), está modernizando o laboratório de nível de biossegurança 3 (NB3), destinado à vigilância e pesquisas com micro-organismos (vírus, bactérias e fungos) altamente patogênicos e contagiosos, visando o enfrentamento de doenças infecciosas emergentes e reemergentes. Com investimentos de R$ 3,8 milhões do governo federal, o laboratório instalou seis tendas biocontidas, que vão possibilitar a ampliação da capacidade de realização de estudos simultâneos, tornando-se o primeiro na América do Sul a fazer uso dessa tecnologia.
O laboratório integra o complexo do IEC, que teve sua nova sede da Seção de Hepatologia inaugurada este mês, com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e da secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel. Na ocasião, Nísia também conheceu as instalações do laboratório NB3.
Inaugurado em 2010, com investimento de R$ 25 milhões do Ministério da Saúde, o laboratório NB3 é destinado ao trabalho com micro-organismos que acarretam elevado risco individual, resultante da exposição por inalação de agentes potencialmente fatais. Para isso, o equipamento dispõe de equipe profissional treinada no manejo desses agentes patogênicos. Esse nível de contenção exige a intensificação dos programas de boas práticas laboratoriais e de segurança, além da presença obrigatória de dispositivos de segurança e do uso de cabine de segurança biológica.
Além de já ser uma referência nacional para a ciência, o IEC passa a contribuir ainda mais para o aumento da quantidade e qualidade das pesquisas com a modernização do laboratório, destaca a diretora do instituto, Lívia Caricio. “Com os investimentos, o laboratório vai ganhar maior potencialidade do seu uso. Ou seja, essa entrega é importante não só nacionalmente, mas também um grande aporte no que tange a respostas, principalmente, na América do Sul. O Instituto torna-se uma referência no que se refere à resposta a esses tipos de agentes”, disse.
A secretária Ethel Maciel lembrou que a segurança será bastante aprimorada com as mudanças. “Alguns vírus, bactérias e fungos, por exemplo, não podem ser manipulados em qualquer laboratório. É necessária uma segurança específica, por isso existem níveis de segurança: um, dois, três e quatro, dependendo da capacidade do vírus, bactéria ou fungo de causar doença e se espalhar. Por exemplo, se você vai manipular um vírus que pode se espalhar pelo ar e causar doença, os exames e testes precisam ser feitos em um ambiente de contenção. Temos esse tipo de laboratório aqui”, explicou.
Lívia Casseb, chefe da Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do IEC, também falou sobre a importância das aquisições para o laboratório. “A instalação das tendas vai possibilitar a ampliação de capacidade de testagem e a possibilidade, por exemplo, de caracterização dos vírus”, acrescentou.
Com a nova estrutura, o Instituto Evandro Chagas pode atuar efetivamente no diagnóstico molecular de pelo menos 3 mil por mês. Atualmente, o IEC atua como apoio ao diagnóstico laboratorial de pelo menos sete estados da Amazônia brasileira e de todos os estados do Nordeste.
Edjalma Borges
Ministério da Saúde