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CULTURA
Exposição 'Dona Ivone Lara e Mulheres da Saúde' realiza visitas mediadas este mês
Foto: Julia Prado/MS
Tendo em vista a acessibilidade cultural e a democratização do conhecimento, o Centro Cultural do Ministério da Saúde (CCMS/CGDI) realiza visitas mediadas, percorrendo a exposição “Dona Ivone Lara e Mulheres da Saúde”. Em exibição desde março no Espaço Cultural Dona Ivone Lara, no túnel que liga os prédios sede e anexo do Ministério da Saúde, em Brasília, os passeios guiados para o público externo estão programados para os dias 10 e 24 de julho. Quem tiver interesse em participar, basta se inscrever pelo formulário disponível.
A exposição revisita a história da sambista Ivone Lara sob novas e necessárias perspectivas, revelando sua pouco conhecida carreira na saúde. Dona Ivone, a primeira mulher brasileira a assinar um samba-enredo, foi enfermeira e servidora do Ministério da Saúde por 37 anos, especializando-se como terapeuta ocupacional e lutando pela humanização do tratamento psiquiátrico. Estruturada como um desfile de escola de samba, a mostra também celebra outras dez mulheres importantes na saúde pública brasileira.
Para quem não pode estar presencialmente, o CCMS lançou um vídeo percorrendo toda a exposição, permitindo que pessoas de qualquer lugar do mundo visitem a mostra por meio de computadores, tablets ou celulares. O tour virtual, disponível no canal do YouTube do Ministério da Saúde, conta com legendas e é conduzido pelo produtor cultural Thiago Grisolia.
No vídeo, o produtor cultural contextualiza a exposição e a atuação do CCMS, começando com a nomeação do túnel do Ministério da Saúde como Espaço Cultural Dona Ivone Lara, com direito à placa comemorativa. O passeio on-line inclui menções à biografia de Dona Ivone, sua dupla atuação como musicista e trabalhadora da saúde, e destaques para as pinturas inéditas do projeto NegroMuro nestes três momentos de vida da artista. Assim como a exposição, o vídeo é acompanhado por clássicos de Dona Ivone Lara, proporcionando uma experiência sonora imersiva.
Outras homenagens
São apresentados, ainda, as outras dez homenageadas, com imagens alternadas dos estandartes pintados pelo NegroMuro e dos textos das biografias de cada uma, oferecendo ao espectador uma visão aprofundada e envolvente do legado dessas figuras históricas.
As atuais homenageadas são:
- Maninha Xukuru Kariri: liderança indígena e importante ativista pelos direitos humanos e povos indígenas do Brasil, nascida em Palmeira dos Índios, Alagoas.
- Izabel dos Santos: enfermeira e professora mineira que dedicou mais de 50 anos à Enfermagem e à educação profissional da Enfermagem no Brasil.
- Fátima Oliveira: médica, pesquisadora e ativista maranhense que dedicou sua vida à luta contra o racismo e pela equidade de gênero.
- Nise da Silveira: médica e psiquiatra alagoana que revolucionou o tratamento em saúde mental, reconhecida internacionalmente.
- Maria Odília Teixeira: médica baiana e primeira mulher negra a se formar em Medicina no Brasil, em 1909.
- Simone Leite Batista: enfermeira sergipana e ativista pela saúde pública no Brasil e uma das líderes do movimento pela educação popular em saúde.
- Anna Nery: enfermeira baiana, considerada a primeira enfermeira do Brasil.
- Roseni Rosângela de Sena: enfermeira, professora e pesquisadora mineira que atuou como diretora de vários espaços de Enfermagem no Brasil.
- Wanda Horta: enfermeira e professora paraense, autora da Teoria das Necessidades Humanas Básicas (NHB), uma das teorias mais utilizadas na prática da Enfermagem no Brasil.
- Zilda Arns: médica sanitarista catarinense, fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, indicada ao Prêmio Nobel da Paz em 2006.
Além de ampliar o acesso, o tour virtual da exposição permite que mais pessoas conheçam e celebrem o legado dessas brasileiras que foram muito importantes no campo da saúde, tanto nacional quanto internacional. Em breve, a mostra terá uma segunda etapa, que vai enaltecer a história de mulheres vivas e ainda atuantes.
Flávia Menna Barreto
Ministério da Saúde