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CUIDADOS ANCESTRAIS
Começa em Recife o Seminário Saúde Indígena: Um SasiSUS para o Bem Viver
Foto: Lu´ís Oliveira/Sesai
Nesta segunda-feira (29), a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) deu início à primeira etapa do Seminário Saúde Indígena: um SasiSUS para o Bem Viver. A atividade, que se estende até o dia 1° de agosto, fará um primeiro recorte com discussões sobre as especificidades da região Nordeste.
Dividido em seis eixos temáticos, o seminário abordará questões relevantes para instituições públicas, organizações indígenas, conselheiros distritais, gestores, profissionais de saúde e usuários, além de fortalecer a luta por um sistema indígena de saúde que integre os conhecimentos e cuidados ancestrais.
Ao final dos quatro dias de atividades, será elaborado um documento norteador com os encaminhamentos desta etapa. A previsão é que, até o fim de novembro, as demais fases ocorram nas regiões Norte, Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Para o Secretário da Sesai, Weibe Tapeba, a realização do seminário é fundamental: "O Subsistema de Saúde Indígena (SasiSUS) precisa de aprimoramento. Esperamos que, ao longo dos próximos dias, possamos gerar insumos valiosos. Este é o primeiro evento que reúne colaboradores, gestores e guardiões dos conhecimentos ancestrais. Com base em nossas discussões, construiremos juntos um sistema que seja mais inclusivo, participativo e, principalmente, que respeite particularidades interculturais”, pontuou.
Milena Kanindé, chefe de gabinete da Sesai, ressaltou que após cada seminário, um novo documento com as especificidades regionais será gerado. Ao final de todos, essas informações serão consolidadas em um único documento norteador para a implementação das atualizações no SasiSUS, visando o aperfeiçoamento da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI). “Esse seminário representa um marco importante do Ministério da Saúde e, sem dúvidas, incluir, valorizar e ampliar o uso das medicinas indígenas é um dos pontos principais”, esclareceu.
Já a Diretora do Departamento de Atenção à Saúde Indígena da Sesai, Putira Sacuena, destacou que as medicinas indígenas possuem raízes profundas na sabedoria ancestral. Para ela, essas tecnologias representam um legado. “Precisamos ouvir os atores para construirmos uma saúde mais específica e integrá-la ao sistema atual. Nosso objetivo é promover uma saúde mais inclusiva e diversificada, reconhecendo e respeitando as diversas formas de conhecimentos e saberes que contribuem para o bem-estar integral das comunidades", disse.
Confira os eixos temáticos:
1. Articulação dos sistemas indígenas de saúde: busca o fortalecimento das medicinas indígenas e sua integração na Rede de Atenção à Saúde do SUS, além da criação do Programa Nacional de Medicina Indígena.
2. Programa Nacional de Saneamento Indígena: debate sobre a criação deste programa e a ampliação dos conceitos e atuação do saneamento indígena, alinhando-se com a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas.
3. Modelo de atenção e organização dos serviços de saúde: propõe consolidar propostas para a organização do modelo de atenção e serviços de saúde de acordo com as especificidades macrorregionais dos DSEI.
4. Determinantes Sociais em Saúde: busca identificar estratégias de cooperação e articulação para lidar com os determinantes e condicionantes da saúde indígena e com os eventos climáticos extremos.
5. Gestão do trabalho e Educação na Saúde: debate sobre metodologias educacionais e de gestão do trabalho de acordo com as diversidades regionais e interculturais dos povos indígenas.
6. Controle social, gestão participativa e financiamento: proposição de discussão sobre as necessidades estruturais para o financiamento do SasiSUS e a importância do controle social e gestão participativa nas pactuações e deliberações interfederativas, a partir de suas competências.
Conheça a página do seminário Saúde Indígena: Um SasiSUS para o Bem Viver
Leidiane Souza
Ministério da Saúde