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SAÚDE DA MULHER
Primeiro biobanco de tumores de Minas Gerais prioriza pesquisa sobre mama e ovário
Foto: divulgação/MS
Em Belo Horizonte, uma pesquisa inédita ajuda a identificar marcadores de tumores de mama ou de ovários de 250 mulheres, pacientes do Instituto Mário Penna. Em pouco mais de um ano, com cerca de 1500 tubos armazenados no 1º Biobanco de Tumores de Minas Gerais, a pesquisa em andamento identifica as mutações e as respostas das pacientes ao tratamento. Tanto o reservatório, quanto a pesquisa são desenvolvidos via Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon).
O principal objetivo do estudo é buscar a identificação de marcadores tumorais teciduais na biópsia tumoral e de biomarcadores tumorais circulantes no sangue das pacientes, a fim de permitir o desenvolvimento de um painel de biomarcadores para câncer de mama e ovário, como uma estratégia de oncologia de precisão, por biópsia líquida, acessível no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Queremos fazer com que tecnologias de última geração possam se tornar mais acessíveis para os pacientes que fazem tratamento oncológico no SUS”, diz a pesquisadora e coordenadora do projeto, Letícia Braga.
Segundo a pesquisadora, alguns resultados já podem ser observados. “Nós estamos identificando mutações nos tumores das pacientes, que podem ser detectadas circulando no sangue dessas mulheres, como uma estratégia de biópsia líquida, ou seja, como uma estratégia de diagnóstico minimamente invasiva”.
Algumas amostras já foram sequenciadas pela pesquisa e as detecções no sangue das pacientes estão sendo padronizadas por ensaios de PCR digital, para desenvolvimento da tecnologia. “Além desse estudo, estamos trabalhando com a caracterização da resposta imune das pacientes para entender qual seria o conjunto de marcadores que poderiam mostrar quais tumores mais agressivos ou menos agressivos e as pacientes elegíveis para imunoterapia”, destaca Letícia.
Entenda o que é um Biobanco
Os biobancos são reservatórios de materiais biológicos - tecidos, sangue, material genético, entre outros - de longa duração, que ficam disponíveis para serem utilizados em várias pesquisas científicas.
Eles são responsáveis pelo armazenamento e gerenciamento de amostras de diversos tipos de materiais humanos, sob responsabilidade da instituição coletora, de acordo com normas e padrões nacionais e internacionais.
Todo e qualquer material coletado pertence ao indivíduo de origem, mas pode ser armazenado e administrado em estruturas adequadas para fins específicos de pesquisa. Isso pressupõe o consentimento prévio, livre e esclarecido, do participante, bem como a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição onde o material será armazenado.
Ministério da Saúde