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ARBOVIROSES
"Wolbachia para controle da dengue será ampliado em 2025", diz secretário adjunto em entrevista
Foto: Marcella Mota/MS
Em entrevista à Band News FM BH, Rivaldo Cunha, secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), apresentou um balanço das ações realizadas no Dia D de Mobilização contra a dengue, promovido no último sábado, 14 de dezembro. O evento marcou uma resposta coordenada para reduzir o impacto das arboviroses no país, especialmente diante do aumento de casos observado nos últimos anos.
Na conversa com a rádio, Cunha destacou iniciativas como o uso de novas tecnologias para o controle do Aedes aegypti. O método Wolbachia, que consiste em inocular bactérias nos mosquitos para impedir a transmissão de vírus, segundo ele, será expandido para 40 municípios em 2025. “É uma tecnologia fantástica, como uma vacina para o mosquito. Ela já foi testada com sucesso em cidades como Niterói (RJ), Petrolina (PE) e Campo Grande (MS), e agora terá alcance nacional em maior escala”, explicou.
“Em comum acordo com gestores estaduais e municipais, decidimos antecipar as ações em 2024. Observamos que, ao final de 2023, já havia uma escalada significativa de casos de dengue e chikungunya, diferente do padrão histórico de crescimento que ocorria nos meses de abril e maio”, disse Rivaldo.
Outras estratégias trabalhadas no Dia D do último fim de semana incluem a borrifação de inseticidas de efeito residual em áreas de grande circulação e estações disseminadoras de larvicida, que utilizam as próprias fêmeas do mosquito para espalhar o produto.
Sobre a vacina contra a dengue, na entrevista, Rivaldo Cunha afirmou, que para 2025, o Ministério da Saúde adquiriu todas as vacinas disponibilizadas pelo laboratório fabricante, um total de 9,5 milhões aproximadamente.
Além das ações preventivas, o secretário reforçou a importância de uma rede assistencial organizada para atender aos casos, especialmente os graves. “A dengue é uma doença que conhecemos bem, e sabemos que o manejo clínico adequado pode evitar desfechos fatais. É fundamental priorizar pacientes com maior risco, como idosos e pessoas com comorbidades, por exemplo doença falciforme, hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças autoimunes, dentre outras”, ressaltou.
Para garantir a continuidade das medidas, o Ministério da Saúde lançará uma portaria para disponibilizar recursos adicionais aos municípios, priorizando a ampliação do acesso à rede assistencial. Cunha também alertou sobre a necessidade de manter o trabalho em curso, mesmo diante das transições de gestão em prefeituras e secretarias municipais de saúde. “Estamos confiantes no impacto das ações implementadas e no planejamento para 2025, mas é crucial que todos os níveis de gestão permaneçam alinhados para que possamos reduzir os casos e salvar vidas”, concluiu.
Ministério da Saúde