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SAÚDE SEM RACISMO
Rede Alyne: Saúde reforça ações para reduzir a mortalidade materna de mulheres negras
Presidente Lula e ministra Nísia Trindade no lançamento da Rede Alyne e na inauguração do Hospital Milene Isabely Christovam, em Belford Roxo (RJ) (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
O Ministério da Saúde vai fortalecer o programa Rede Alyne para reduzir em 50% a mortalidade materna de mulheres negras até 2027. A iniciativa foi apresentada como parte do pacote de medidas Saúde sem Racismo: políticas pela igualdade racial, anunciado em novembro pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A Rede Alyne, uma atualização da antiga Rede Cegonha, é uma das cinco redes temáticas do Sistema Único de Saúde (SUS). Ela está organizada em seis componentes fundamentais: pré-natal; parto e nascimento; puerpério e atenção integral à saúde da criança; sistema logístico; sistema de apoio e sistema de governança.
Avanços e investimentos
Para garantir a efetividade das ações, o programa está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e conta com um robusto plano de investimento. Em 2024, o governo federal destina R$ 400 milhões à Rede Alyne e tem a previsão de mais R$ 1 bilhão para 2025.
A ministra Nísia Trindade destacou a importância do programa para combater as desigualdades raciais no acesso à saúde. “O Rede Alyne é uma resposta concreta e necessária para enfrentar o racismo estrutural que impacta diretamente na saúde de mulheres negras. Ao reforçar o cuidado pré-natal e o acompanhamento integral, estamos garantindo não apenas vidas, mas o direito de mães e crianças a um futuro digno e saudável”, enfatiza.
Desafios históricos e novos objetivos
Dados da Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde (IVIS) do Ministério da Saúde apontam desafios significativos no combate à mortalidade materna. Entre 2014 e 2023, houve variações no número de mortes maternas, com um pico em 2021, quando 3.030 mulheres morreram, representando um aumento de 74% em relação a 2014, ano em que foram registrados 1.739 óbitos.
A Rede Alyne tem como meta mudar essa realidade. Além de conter a mortalidade materna, o programa busca ampliar o acesso a serviços de saúde integrados e humanizados para gestantes e mães em todo o Brasil, promovendo maior equidade e justiça social.
Continuidade
O programa dá continuidade a estratégias bem-sucedidas do SUS, como a redução da mortalidade infantil em 80% entre 1990 e 2015. Agora, o foco se volta para as gestantes, especialmente as mulheres negras, que enfrentam barreiras no acesso a cuidados adequados. “Com o Rede Alyne, estamos reafirmando o compromisso de um SUS mais justo e equitativo, que reconhece e enfrenta as desigualdades estruturais, garantindo que cada vida importa”, conclui a ministra.
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Edjalma Borges
Ministério da Saúde