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INTERCÂMBIO
Workshop em Brasília discute epidemias na América Latina
Foto: Zeca Miranda/MS
Temas críticos como a vacinação contra a dengue no Mato Grosso do Sul, o oropouche no Brasil e o surto de cólera no Haiti, foram abordados na conferência magna do 28º Workshop Internacional de Bioinformática em Evolução e Epidemiologia Molecular Viral (VEME-2024). A apresentação, realizada na última quarta-feira (7) na Fiocruz Brasília, contou com a participação de cerca de 120 pesquisadores de mais de 30 países.
Durante a semana de 4 a 9 de agosto, pesquisadores internacionais especializados em vigilância genômica epidemiológica estiveram no VEME-2024 e participaram de aulas teóricas e práticas destinadas a aprimorar a análise de dados na bioinformática. As atividades estão organizadas em quatro módulos: Inferência Filogenética, Testes de Hipóteses Evolutivas, Análises de Sequenciamento de Última Geração (NGS) e Vigilância Genômica para Saúde Pública.
Para Marta Giovanetti, pesquisadora da Universidade de Roma e visitante na Fiocruz Minas Gerais, o evento representa uma grande oportunidade para prever e controlar possíveis pandemias. “O objetivo principal é treinar pesquisadores para a vigilância em saúde pública, especialmente na análise de dados genômicos, permitindo não apenas acompanhar a evolução de patógenos, mas também identificar emergências potenciais que possam impactar a saúde pública”, afirma a conferencista e professora-coordenadora do primeiro módulo.
Além de Marta Giovanetti, participaram da palestra magna o pesquisador da Fiocruz Júlio Croda, que apresentou a pesquisa sobre a vacinação em massa contra a dengue que ocorreu em Dourados, no Mato Grosso do Sul, e a pesquisadora da Universidade da Flórida Carla Mavian, que discutiu o surto de cólera no Haiti.
O evento é promovido pela Fiocruz Minas Gerais com o apoio da Fiocruz Brasília e da Coordenação Geral de Arboviroses, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA).
Bioinformática: um Panorama Internacional
Mais de 600 inscrições foram recebidas de laboratórios ao redor do mundo para participar do workshop, que passou por um rigoroso processo seletivo baseado em conhecimentos prévios de bioinformática e análise de pesquisas realizadas nos países de origem. Como parte da tradição do evento, os selecionados apresentam seus trabalhos por meio de pôsteres em uma exposição, e duas pesquisas de cada módulo são certificadas pela equipe avaliadora ao final do curso.
Luiz Alcântara, pesquisador da Fiocruz Minas Gerais e coordenador local do evento, destaca a importância do intercâmbio promovido pelo workshop. “Recebemos pesquisadores de mais de 30 países, e a adesão dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública de todo o Brasil, além de participantes do Ministério da Saúde, Fiocruz e Universidades Federais, é particularmente significativa. Acreditamos que a ciência brasileira se beneficia imensamente com esta interação”, conclui Luiz Alcântara.
Carolina Sampaio
Ministério da Saúde