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SAÚDE INDÍGENA
Seminário termina com propostas para o aperfeiçoamento da saúde dos povos indígenas
Foto: Luís Oliveira/Sesai
Encerrou na quinta-feira (1º), a primeira etapa do Seminário Saúde Indígena: Um SasiSUS para o Bem Viver. Realizado em Recife, pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), o evento abordou temas cruciais para a pauta e trouxe uma série de discussões e propostas que visam aprimorar o Subsistema Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS).
Dividido em seis eixos temáticos, o seminário focou no fortalecimento das medicinas indígenas, com debates amplos, troca de saberes e experiências interculturais entre os povos. Ao fim do evento, os participantes – lideranças indígenas, instituições públicas, conselheiros distritais, gestores, profissionais de saúde e usuários – construíram coletivamente documentos norteadores com os encaminhamentos da região Nordeste.
O evento foi um passo importante rumo à construção de um sistema de saúde indígena que respeite e integre os conhecimentos ancestrais, promovendo o bem viver de todos os povos indígenas no Brasil, e a previsão é que até o fim de novembro as demais fases ocorram nas regiões Norte, Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
De acordo com Geovani de Oliveira Tavares, coordenador-geral de Demandas de Órgãos Externos (CGOEX) da SESAI, as pautas que estão sendo discutidas terão de trilhar um longo caminho até a efetivação. “Precisaremos alterar leis e normas para atender às demandas específicas, superar as barreiras burocráticas e garantir a evolução e melhoria da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI), destacou Geovani.
Hamyla Elizabeth, indígena do povo Baré, da região do Alto Rio Negro, no Amazonas e componente da Comissão Geral de Organização do Seminário, destacou a riqueza das discussões e as contribuições obtidas. "Conseguimos identificar as especificidades de cada povo e, a partir das relatorias realizadas, consolidaremos os produtos esperados para aperfeiçoar as políticas públicas", afirmou. Segundo ela, a equipe continuará o trabalho nos próximos seminários e até a fase de aperfeiçoamento dos levantamentos, garantindo assim que todas as vozes sejam ouvidas.
Já Simone Xakriabá, do Distrito Sanitário Especial Indígena Minas Gerais e Espírito Santo (DSEI/MGES), enfatizou que o seminário foi uma completa imersão de construção e interculturalidade. “É fundamental desenvolver estratégias que promovam compreensão das necessidades dos povos indígenas por meio da criação de políticas públicas que considerem as especificidades ", disse.
Robson Potiguara, do DSEI Potiguara, parabenizou a Sesai pela organização do seminário e ressaltou a necessidade de legislar efetivamente em prol da saúde indígena. "Foram eixos muito bem estruturados e pensados, onde pudemos discutir pautas importantes que respeitem as crenças e tradições; algo para nós, feito por nós e para as futuras gerações”, comentou Robson.
Enquanto Elisa Pankararu, do DSEI Pernambuco e Naara Tapeba, do DSEI Ceará, destacaram as metodologias adotadas e a abrangência das discussões do Seminário. "Os eixos temáticos conseguiram trazer elementos novos e estabelecer um elo entre os diferentes aspectos de cada povo", afirmou Elisa. Naara completou: "A discussão foi ampla e cumpriu seu dever de trazer luz às discussões sobre todos os territórios indígenas".
Santo Tuxá, do DSEI Bahia, e Joseane Xokó, do DSEI Sergipe, elogiaram a oportunidade de participação reflexiva e troca de saberes. "Saímos revigorados e com um melhor direcionamento", disse Santo. Joseane acrescentou: "Foi uma oportunidade de esclarecimento e de levar conhecimentos aos demais".
Por fim, o líder indígena e usuário do Sistema, Neguinho Tapuia-Kariri, disse que finalizou a atividade com o sentimento de acolhimento. “Me senti ouvido e muito bem recepcionado. Saímos com a certeza de que queremos melhorias não apenas para o povo Tapuia, mas para todos os indígenas brasileiros”, concluiu.
Conheça a página do seminário Saúde Indígena: Um SasiSUS para o Bem Viver
Leidiane Souza
Ministério da Saúde