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EMERGÊNCIA CLIMÁTICA
Saúde realiza reunião para discutir impactos das mudanças climáticas no Amazonas e Mato Grosso do Sul
A Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde, realizou, na quinta-feira (8), mais uma reunião técnica da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde com o objetivo de discutir ações para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas em diferentes regiões do país. Durante o encontro, representantes das secretarias estaduais de saúde do Amazonas e Mato Grosso do Sul apresentaram as medidas adotadas para combater problemas relacionados às secas e queimadas que têm gerado impactos significativos na saúde pública. Além deles, representantes do Acre também estiveram presentes no debate.
A reunião foi pautada pela necessidade de integração entre vigilância e os serviços de assistência à saúde, da atenção primária assim como do subsistema de atenção à saúde indígena visando à elaboração de estratégias mais eficazes de enfrentamento. Um dos pontos fundamentais destacados foi o levantamento de dados precisos, essenciais para o desenvolvimento de respostas rápidas e adequadas aos problemas gerados pelas condições climáticas extremas.
Os representantes do estado do Amazonas relataram foco no monitoramento das condições dos rios, na distribuição de insumos (como hipoclorito para tratamento de água e vacinas) e no suporte técnico aos municípios para a elaboração de planos de contingência. O estado também destacou a criação do comitê de operações que acompanha a situação de saúde de forma diária para garantir ações efetivas. Representantes da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) relataram sobre os desafios de assistir a saúde de populações indígenas em locais onde o acesso depende de transporte pelos rios, ou ainda das comunidades afetadas fortemente por queimadas.
No Mato Grosso do Sul, o foco está no enfrentamento das queimadas que têm devastado vastas áreas do Pantanal e prejudicado os níveis de qualidade do ar. O estado já registrou um aumento expressivo na área queimada em 2024, superando em muito os índices de anos anteriores para o mesmo período, inclusive de 2020, considerado o pior dos últimos anos. Outro ponto registrado pelo estado é o fato da fumaça oriunda das queimadas, em razão da dinâmica dos ventos, dissipar-se para outras regiões do país e para países vizinhos. A fumaça chega a prejudicar a qualidade do ar de territórios no Rio Grande Sul, Santa Catarina e dos vizinhos no Uruguai, no Paraguai, e norte da Argentina, muito distantes dos focos de queimada.
Para reduzir os efeitos desse cenário, foram adotadas medidas como a mobilização de brigadistas, o monitoramento da qualidade do ar, a preparação de planos de ação específicos para as populações mais afetadas e a elaboração de materiais educativos à população e profissionais de saúde, incluindo recomendações gerais para a saúde pública.
Sala de situação
A Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde foi criada no começo deste mês, sob coordenação do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (DVSAT) da SVSA, para planejar respostas às emergências como secas prolongadas, escassez de água, queimadas e outras ocorrências relacionadas ou agravadas pela mudança do clima.
Entre as atribuições da sala está a elaboração de orientações para resposta rápida frente as emergências climáticas, promover a articulação com gestores estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS) e divulgar as informações relativas à situação de saúde das regiões afetadas por estes eventos.
Acesse a página da campanha "Se tem fumaça, tem que ter cuidado"
João Moraes
Ministério da Saúde