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VÍNCULO PATERNO
Paternidade responsável é tema de webinário nesta quarta-feira (14)
A boa relação entre pais e filhos tem tudo a ver com saúde de toda a família, e esse vínculo pode ser iniciado durante a gestação, quando o genitor tem a oportunidade de fazer o pré-natal do parceiro no Sistema Único de Saúde (SUS) e seguir acompanhando a criança ao longo de toda a vida. Para debater o tema, o webinário Paternidade Responsável - desafios e estratégias de cuidado e envolvimento na APS foi transmitido pelo canal do DataSUS no YouTube, na quarta (14), às 10h.
Para o coordenador de Atenção à Saúde do Homem (Cosah), Celmário Brandão, dialogar sobre os desafios da paternidade e os novos modos de ser pai com gestores e trabalhadores do SUS é uma necessidade. “Recentemente, divulgamos o Guia do Pré-Natal do Parceiro, uma importante ferramenta para aproximar os homens das práticas de cuidado na atenção primária à saúde (APS) e do envolvimento masculino durante todo o ciclo gravídico-puerperal. Neste Dia Nacional de Conscientização sobre a Paternidade Responsável, comemorado nesta quarta (14), precisamos reforçar essa mensagem”, defende.
Entre os convidados do webinário, está o autor do livro “O Papai é Pop” (transformado em filme), palestrante sobre as temáticas de paternidade e cuidado, além de pai de duas meninas, Marcos Piangers. Com 2,5 milhões de seguidores no Instagram, ele compartilhou relatos e orientações práticas sobre como os profissionais de saúde podem apoiar os pais a se envolverem mais na criação dos filhos. Também participaram o secretário de Atenção Primária à Saúde (Saps), Felipe Proenço, a diretora de Gestão do Cuidado Integral, Grace Rosa, e Celmário Brandão, todos representando o Ministério da Saúde. No final, os palestrantes responderam às perguntas do público.
O debate abordou a ampliação do acesso e do acolhimento dos homens nos serviços de saúde, reduzindo os índices de morbimortalidade masculina; o fortalecimento dos vínculos afetivos entre pai, mãe e filhos; a promoção do aleitamento humano e a redução da mortalidade materna e infantil; a prevenção e a diminuição da transmissão de IST/HIV (inclusive transmissão vertical); e a redução da violência intrafamiliar. Também foi trabalhada a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (Pnaish), que completa 15 anos em 2024, e tem a paternidade e o cuidado como um de seus eixos temáticos.
Homens e o SUS
Um terço (31%) dos homens brasileiros ainda não têm o hábito de procurar serviços de saúde para monitorar seu estado e prevenir doenças, melhorando a qualidade de vida. Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em 2015, a Vigitel mostrou que barreiras socioculturais dificultam a prevenção da saúde. Muitos homens acreditam que não adoecem ou têm medo de descobrir doenças, além de pensarem que esse cuidado pode prejudicar a imagem de provedor da família.
Outra resposta comum entre os homens (55%) é que não buscaram os serviços de saúde porque nunca sentiram necessidade. No entanto, essa falta de cuidado traz consequências graves: os homens morrem mais cedo do que as mulheres, frequentemente devido a doenças que poderiam ser prevenidas, como acidentes vasculares, infartos, cânceres e doenças do aparelho digestivo.
Apesar disso, a pesquisa também revelou que o pré-natal da parceira é um momento em que o homem está mais próximo do serviço de saúde, embora essa oportunidade ainda seja pouco aproveitada pelos profissionais. A maioria dos homens (80%) acompanhou a parceira nas consultas de pré-natal, mas 56% disseram que o atendimento focou apenas nas orientações para a gestante.
Com a Estratégia Pré-Natal do Parceiro (EPNP) na atenção primária, esse cenário está evoluindo. De 2022 a 2023, houve um aumento de 22,4% nas consultas de pré-natal do parceiro no SUS. Todas as pessoas cuja parceira está em acompanhamento de pré-natal têm direito a realizar exames. O pré-natal do pai ou parceiro contribui para que ele participe ativamente do período gestacional, da promoção da saúde da gestante e de sua própria saúde. Assim, também tem a oportunidade de realizar exames, como de ISTs, HIV/Aids e hepatites virais, colesterol e glicemia, além de receber orientações de prevenção e prescrição de tratamento, caso tenha sido diagnosticado com alguma enfermidade.
Assista à transmissão do webinário
Laísa Queiroz
Ministério da Saúde