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BOA VISTA
Ministra Nísia Trindade se reúne com lideranças indígenas para discutir avanços no território Yanomami
Foto: Rafael Nascimento/MS
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, se reúne nesta terça-feira (13), em Boa Vista (RR), com lideranças indígenas para discutir avanços no território Yanomami. O encontro servirá também para articular novas ações e estratégias para os próximos meses.
A agenda faz parte do esforço do governo federal para o fortalecimento da saúde indígena. Desde de janeiro de 2023, uma série de investimentos foram realizados para mitigar os impactos do garimpo ilegal na região, que causou uma desestruturação sociocultural e impactou o bem viver indígena.
O Ministério da Saúde concluiu 1.518 ações na infraestrutura e saneamento no território Yanomami. As intervenções ocorreram entre janeiro de 2023 e junho deste ano. As ações incluíram reestruturação de 10 unidades básicas de saúde indígena (UBSIs); 109 implantações, reativações e melhorias em sistemas de abastecimento de água; instalação de 22 sistemas fotovoltaicos; 249 medidas de gerenciamento de resíduos sólidos e 411 de monitoramento da qualidade da água. Adicionalmente, foram realizadas 80 operações de limpeza e manutenção de pistas de pouso para garantir a acessibilidade e segurança nessas áreas críticas.
O investimento do ministério na assistência do povo Yanomami subiu 2.498%. O montante saltou de R$ 1,3 milhão, no período entre 2019 e 2022, para R$ 34,2 milhões atuais. O valor foi usado na ampliação e melhoria da estrutura da saúde da população indígena.
Indicadores de saúde
O Ministério da Saúde também aumentou a cobertura de acompanhamento da vigilância alimentar e nutricional em menores de 5 anos. Ao todo, no primeiro trimestre deste ano, 3,3 mil crianças foram acompanhadas nutricionalmente. No mesmo recorte de tempo do ano passado eram 2,7 mil.
Uma das principais inovações que reduziram a desnutrição no território foi a introdução às fórmulas terapêuticas F75 e F100 usadas para o tratamento da desnutrição grave nas fases iniciais de reabilitação.
No primeiro trimestre deste ano, o Ministério da Saúde ampliou os atendimentos de síndromes gripais em 136%. Entre janeiro e março de 2023 foram 1,4 mil atendimentos. O número passou para 3,4 mil no mesmo recorte de tempo deste ano.
A atuação do Ministério da Saúde também investiu no aumento da imunização. Houve aumento na comparação entre o primeiro trimestre de 2023 e de 2024. As doses de rotina passaram de 8.048 mil nos três primeiros meses do ano passado, para 11.872 neste ano — alta de 47,5%. Já as doses aplicadas em campanha saltaram de 3.225, em 2023, para 6.636 neste ano. O resultado significa aumento de 105% no período.
Teleconsultoria
Ao longo da agenda, a ministra Nísia acompanhará a primeira teleconsultoria em território Yanomami. O avanço permitirá que os indígenas tenham acesso a especialistas como oftalmologista, nutricionista, dermatologista, cardiologista, entre outros.
Nesta semana, o ministério anunciou a instalação de 98 pontos de internet na área indígena de Roraima e Amazonas. Além disso, a pasta enviou 106 computadores para o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami.
Boletim
A visita da ministra à Boa Vista ocorre dias após o Ministério da Saúde divulgar um novo informe do Comitê de Operações Emergenciais (COE) Yanomami. No primeiro trimestre deste ano, foram notificados 74 óbitos no território. Na comparação com igual período do ano passado, houve uma queda de 33%. Nos três primeiros meses de 2023 foram registradas 111 mortes. O documento ressalta que os principais agravos tiveram queda como, óbitos por malária, desnutrição e infecções respiratórias agudas graves.
O povo Yanomami tem a maior terra indígena do Brasil, com 10 milhões de hectares, mais de 380 comunidades e 30 mil indígenas. Desde janeiro de 2023, o Ministério da Saúde investe para mitigar a grave crise causada na região pelo garimpo ilegal. A pasta aumentou o efetivo de profissionais, dobrou o investimento em ações de saúde e trabalhou para garantir a assistência e combater doenças, como a malária e a desnutrição, no território.
Otávio Augusto
Ministério da Saúde