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BOA VISTA
Ministra Nísia Trindade acompanha primeira teleinterconsulta em território Yanomami
Foto: Rafael Nascimento/MS
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, acompanhou a primeira teleinterconsulta no território Yanomami. No início da tarde desta terça-feira (13), em Boa Vista, ela participou de uma conversa entre dois médicos e o paciente.
A consolidação da telessaúde no território Yanomami permitirá que os indígenas tenham acesso a especialistas como oftalmologista, nutricionista, dermatologista, cardiologista, entre outras especialidades.
No atendimento, a ministra estava na Superintendência Estadual do Ministério da Saúde na capital roraimense. Um médico estava com o paciente no Polo Base em Surucucu e, uma segunda médica especialista, na Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami, em Boa Vista. O indígena apresenta uma enfermidade no joelho.
A ministra ressaltou a importância da telessaúde para o aumento da assistência especializada na região. “São 24 unidades que vão permitir a gente avançar, principalmente, na atenção especializada. A saúde indígena, especialmente, tem o seu foco na atenção primária à saúde, mas nós discutimos muito a questão de que não é possível mais assim, pois precisamos ter um cuidado integral com o indígena”, frisou Nísia.
“Fizemos um trabalho de base para estruturar a parte de conectividade e infraestrutura,. Teremos 92 pontos de acesso de telessaúde no território. Hoje, tivemos uma primeira teleinterconsulta, com a participação da ministra, para dar início a este processo”, comemorou a secretária de Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad.
A Universidade Federal de Roraima (UFRR) participa da implementação do projeto promovendo a capacitação nas residências de saúde. “Vamos aperfeiçoar as especialidades que estavam vinculadas às residências e capacitar todas as unidades para que possamos ofertar a telessáude no território Yanomami e apoiar as comunidades indígenas”, garantiu.
Nesta semana, o ministério anunciou a instalação de 98 pontos de internet na área indígena de Roraima e Amazonas. Além disso, a pasta enviou 106 computadores para o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami.
Boletim
A visita da ministra à Boa Vista ocorre dias após o Ministério da Saúde divulgar um novo informe do Comitê de Operações Emergenciais (COE) Yanomami. No primeiro trimestre deste ano, foram notificados 74 óbitos no território. Na comparação com igual período do ano passado, houve uma queda de 33%. Nos três primeiros meses de 2023 foram registradas 111 mortes. O documento ressalta que os principais agravos tiveram queda como, óbitos por malária, desnutrição e infecções respiratórias agudas graves.
O povo Yanomami tem a maior terra indígena do Brasil, com 10 milhões de hectares, mais de 380 comunidades e 30 mil indígenas. Desde janeiro de 2023, o Ministério da Saúde investe para mitigar a grave crise causada na região pelo garimpo ilegal. A pasta aumentou o efetivo de profissionais, dobrou o investimento em ações de saúde e trabalhou para garantir a assistência e combater doenças, como a malária e a desnutrição, no território.
Otávio Augusto
Ministério da Saúde