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VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Ministério da Saúde participa de Seminário sobre Oropouche em Pernambuco
Foto: Fiocruz/divulgação
Com apoio do Ministério da Saúde, a Secretaria de Saúde de Pernambuco realizou, nesta quinta-feira (1º), o primeiro Seminário sobre Oropouche, em Recife, capital do estado. A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também integraram o evento.
O encontrou reuniu membros da comunidade científica, sociedades médicas e gestores de saúde em torno de debater sobre o cenário da doença no mundo, no Brasil, e no estado. Com o aumento da testagem para a doença no país, Pernambuco, que não havia registrado nenhum caso da enfermidade em 2023, registrou 92 casos em 2024 até o fim de julho. O estado investiga ainda casos de transmissão vertical, que ocorrem da mãe para o feto.
De acordo com secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, a realização do seminário contribui para os esforços realizados pelo Ministério da Saúde no enfrentamento às arboviroses. “Nós monitoramos a situação da Oropouche no Brasil em tempo real, por meio da Sala Nacional de Arboviroses. Também ampliamos a oferta e distribuição dos testes laboratoriais para a doença e realizamos apoio técnico nos estados”, detalhou.
Ethel também destaca o reforço nas recomendações para intensificação da vigilância da transmissão do vírus. “Estamos qualificando a rede de assistência médica para diagnosticar e tratar a doença. Mas há ainda muito a ser estudado sobre a Oropouche e o comportamento do transmissor. Por isso, a união de especialistas aqui em Pernambuco irá nos ajudar muito no andamento das investigações e na formulação de políticas de enfrentamento”.
A pasta publicará, ainda em agosto, o Plano Nacional de Enfrentamento às Arboviroses, incluindo dengue, Zika, chikungunya, Oropouche e demais arboviroses identificadas no país.
Oropouche
A Oropouche é transmitida principalmente pelo inseto Culicoides paraensis, conhecido como marum ou mosquito-pólvora. Os sintomas são parecidos com os da dengue e outras arboviroses. O quadro clínico agudo pode evoluir com febre de início súbito, dor de cabeça e dor muscular. Outros sintomas, como tontura, dor atrás do olhos, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados.
Casos mais graves podem incluir o acometimento do sistema nervoso, especialmente em pacientes imunocomprometidos. Também há relatos de manifestações hemorrágicas. Parte dos pacientes pode apresentar reincidência, com manifestação dos mesmos sintomas ou apenas febre, dor de cabeça e dor muscular após uma a duas semanas a partir das manifestações iniciais.
Ainda não há tratamento específico disponível. A orientação é permanecer em repouso, com acompanhamento médico e tratamento sintomático. As medidas de prevenção consistem em evitar ou minimizar a exposição às picadas do transmissor, seja por meio de recursos de proteção individual, como uso de roupas compridas e de sapatos fechados, ou coletiva por meio da limpeza de terrenos e de locais de criação de animais, recolhimento de folhas e frutos que caem no solo, além do uso de telas de malha fina em portas e janelas.
O Ministério da Saúde reforça que o uso de medicamentos deve ser feito apenas mediante recomendação médica. Ao apresentar qualquer sintoma, busque uma unidade de saúde para o correto diagnóstico.
Ministério da Saúde