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MAIS MÉDICOS
Oficina regional do Programa Mais Médicos debate desafios da interiorização dos cuidados primários em saúde no Sudeste
Foto: Gabriel Rangel
A segunda oficina regional do Programa Mais Médicos, com o objetivo de articular os atores que trabalham como referências do Programa Mais Médicos em cada estado, ocorreu em Minas Gerais, na capital Belo Horizonte, e debateu, entre outros temas, os desafios da interiorização dos cuidados primários em saúde na região Sudeste.
Foi discutida a necessidade de formação direcionada às particularidades para a saúde pública local, com produção de conhecimento, por meio dos projetos e estudos que os médicos realizam durante a especialização, com o intuito de atender às demandas epidemiológicas da região, aliando, assim, interesse público e formação profissional e pessoal.
“Outro momento importante da oficina da região Sudeste foi a troca sobre as políticas de atenção primária à saúde. Um consenso que está se formando, e é um entendimento que os atores locais já traziam, é que o Programa Mais Médicos é uma estratégia para fortalecer a atenção primária à saúde. Claro que ter um profissional em formação, em educação permanente, completando uma equipe de Saúde da Família, potencializa a atenção primária à saúde. Mas, isso se faz ao reforçar a Estratégia de Saúde da Família, ao pensar o Brasil Sorridente, ao incorporar modalidades, a exemplo do Consultório na Rua, ao discutir a presença das equipes de Saúde da Família nas comunidades ribeirinhas, nas Unidades Básicas de Saúde Fluviais, então houve um momento importante de troca sobre pensar toda a política de atenção primária e sobre o papel do Mais Médicos nesse sentido”, complementa o secretário-adjunto de Atenção Primária, Felipe Proenço.
Entre os pontos levantados durante as pactuações entre os estados e o Ministério da Saúde, também foi elencada a necessidade de avanços em processos administrativos e foram sugeridos dois encontros anuais com as equipes regionais. Além disso, o grupo também debateu a importância dos sistemas de tecnologia para melhorar a gestão dos atores no acompanhamento e controle dos resultados do Programa Mais Médicos nas diversas localidades.
As oficinas regionais do programa têm despertado nos participantes um sentimento de união em prol do fortalecimento da atenção primária à saúde e do Sistema Único de Saúde (SUS). Para a superintendente estadual do Ministério da Saúde em Minas Gerais, Maflávia Ferreira “o sentimento é de que está acontecendo, nesse momento, o renascimento do SUS. Voltar o olhar para as políticas públicas, sobretudo a política pública de saúde, nessa construção coletiva, nos revigora”.
O coordenador-geral de Provimento Profissional do Departamento de Apoio à Gestão da Atenção Primária, Wellington Carvalho, corrobora as palavras de Maflávia e ressalta que o programa já vem demonstrando resultados positivos. “Apostamos no Mais Médicos porque ele tem resultados. Várias instituições, grupos de pesquisa e a Organização Mundial da Saúde já estudaram o Mais Médicos e apontaram os avanços. Os municípios que tiveram médicos do programa observaram o crescimento do número de consultas na Estratégia Saúde da Família, bem como a redução da taxa de mortalidade infantil. E nos locais onde houve a saída de profissionais do Mais Médicos, sem a reposição, principalmente entre os anos de 2018 e 2019, houve aumento na taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos”, ressalta.
Wellington explica, ainda, que, entre janeiro e julho de 2023, ampliou-se em 35% o número de profissionais em programas de provimento e que, até dezembro, espera-se chegar a 28 mil vagas de provimento médico preenchidas em todo o País.
O encontro da edição Sudeste ocorreu nos dias 31 de agosto e 1º de setembro e reuniu representantes dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, além de técnicos dos Ministério da Saúde e da Educação e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
Ministério da Saúde