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SECA NA AMAZÔNIA
MNNP-SUS define propostas para qualificação da saúde indígena
O período de seca, a maior registrada nos últimos 121 anos, e as fumaças provocadas por queimadas na região de Manaus têm dificultado a logística dos profissionais de saúde para levar a assistência à população nos territórios. A 85ª Reunião Ordinária da Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS (MNNP-SUS), que aconteceu na última semana de outubro na capital amazonense, foi marcada pela realização de visitas técnicas ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), à Casa de Saúde Indígena (CASAI) e à aldeia indígena Três Unidos.
Gestores, trabalhadores, representantes de sindicatos e especialistas em saúde participaram da reunião, organizada pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, em parceria com a Secretaria de Saúde Indígena (SESAI/MS). Todas as deliberações serão encaminhadas ao Conselho Nacional de Saúde, órgão responsável por aprovar e transformar as propostas em resoluções efetivas.
Integraram o grupo, a secretária da SGTES, Isabela Pinto, o secretário da SESAI, Weibe Tapeba e representantes da Mesa de Negociação do SUS com o propósito de identificar os desafios do território. Entre as pautas, destacam-se a infraestrutura dos polos de saúde, recursos disponíveis para o atendimento às comunidades indígenas, questões relacionadas à qualificação de profissionais e à assistência à saúde.
Como resultado da reunião, as principais necessidades apontadas foram: Otimização e ampliação dos recursos destinados à saúde indígena; melhoria da oferta de serviços especializados; investimento na qualificação de profissionais de saúde; e adoção de políticas que promovam a valorização. Essas resoluções serão fundamentais para nortear as ações voltadas à saúde indígena, buscando garantir uma saúde mais digna e adequada.
Participantes avaliaram o desafio dos profissionais em garantir o acesso à saúde de qualidade, na medida em que as diversidades étnica e cultural sejam respeitadas e preservadas. Para o diretor do Departamento de Gestão e Regulamentação do Trabalho em Saúde, Bruno Guimarães, é fundamental que os trabalhadores tenham espaço de escuta e diálogo para a construção de políticas que sejam efetivas e que, de fato, representem as necessidades dos povos indígenas.
As visitas
A visita técnica ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), localizado a 20 minutos do centro de Manaus, contou com uma plenária formada por integrantes da MNNP-SUS, trabalhadores e gestores da região. Na ocasião, foram relatadas as iniciativas do Ministério da Saúde para a valorização dos profissionais e o diagnóstico do trabalho da instituição nos territórios.
Já a ida à Casa de Saúde Indígena (CASAI), que fornece suporte, acolhimento e auxílio aos indígenas vinculados à rede de serviços do SUS, teve o objetivo de avaliar as condições de trabalho da equipe técnica de saúde. Os integrantes visitaram as instalações e conheceram a rotina para estimar os desafios de trabalho no acolhimento para cerca de 460 pacientes e familiares na instituição.
E para visitar a aldeia indígena Três Unidos, localizada a duas horas de lancha rápida do centro de Manaus, foi feito o caminho que profissionais fazem para atender ao distrito. Além da navegação, a equipe percorreu cerca de dois quilômetros a pé, já que, por conta da seca, não foi possível desembarcar no local comum. "O deslocamento das equipes de saúde sempre é muito desafiador, agora neste período de seca, ficou ainda mais", relatou o coordenador do DSEI Manaus, André Pereira.
Caroline Fogaça
Ministério da Saúde