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MÊS DA MULHER
Trabalho de mulheres no SUS durante pandemia da Covid-19 é destaque no filme “Quando falta o ar”
Foto: Walterson Rosa/MS
Nos últimos anos, os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) enfrentaram um desafio sem precedentes: o cuidado da população durante uma pandemia inicialmente desconhecida, altamente contagiosa e sem vacina disponível. Para retratar o trabalho e o legado dessas pessoas no enfrentamento à Covid-19, entra em cartaz, nesta semana, o documentário ‘Quando falta o ar’. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, e outros representantes da pasta marcaram presença durante a pré-estreia, nesta terça-feira (7), em Brasília.
“A gente fica muito feliz com a presença do Ministério, porque são essas pessoas que, agora, têm a missão de reconstruir o SUS. E acho que esse filme pode ajudar um pouco na memória de tudo o que aconteceu e a ressaltar a importância do SUS para o Brasil”, pontuou Helena Petta, uma das diretoras do filme, que também é médica infectologista.
A produção acompanhou, com mais atenção, o dia a dia de mulheres trabalhadoras do SUS, que são maioria, especialmente na enfermagem, e os desafios que elas enfrentaram no período tão crítico do início da pandemia, quando não havia vacinas disponíveis. O documentário aborda temas como a desigualdade socioeconômica e regional, o racismo, o descaso político com o vírus na época, as organizações comunitárias e a relação com a espiritualidade. “Estar aqui no dia 7 de março, no dia anterior ao Dia Internacional da Mulher, com essas mulheres, trazendo um filme dirigido por mulheres e para mulheres é um sonho”, disse a co-diretora Ana Petta, irmã de Helena.
O tamanho do SUS
Além do cenário desesperador dos hospitais em 2020 e início de 2021 - a exemplo de situações de falta de oxigênio, presente no título do documentário - foram abordados os papéis cruciais dos demais níveis de atenção da Rede para vencer o vírus, com destaque para a Atenção Primária à Saúde (APS). Entre eles, agentes comunitários de saúde, que iam até a casa das pessoas para conversar e informar sobre prevenção; profissionais das equipes de Saúde da Família Ribeirinhas, que levavam cuidado a locais de difícil acesso; profissionais das equipes de Atenção Primária Prisional, que auxiliavam pessoas privadas de liberdade; e enfermeiros, técnicos e auxiliares das Unidades Básicas de Saúde (UBS), responsáveis pelos primeiros atendimentos de casos leves, testagem e monitoramento.
Para o secretário adjunto de Atenção Primária do Ministério da Saúde (Saps/MS), Felipe Proenço, o filme foi certeiro ao mostrar os desafios no cuidado de populações vulneráveis, que nem sempre tinham condições de cumprir com todas as medidas sanitárias, além de valorizar profissionais do SUS que trabalharam sob condições adversas, inclusive do ponto de vista das orientações científicas. "É por isso que a Saps apoiou esse lançamento aqui em Brasília, justamente para que mais trabalhadoras e trabalhadores do SUS possam se ver representados em um documentário sensacional como esse”, ressaltou.
A pré-estreia ainda contou com a presença da primeira-dama, Janja Lula, de dirigentes de outros ministérios e de parlamentares, além das trabalhadoras que compartilharam suas histórias no filme, oriundas de diversos outros estados do Brasil. ‘Quando falta o ar’ estreia nos cinemas brasileiros na quinta-feira (9).
Laísa Queiroz
Ministério da Saúde