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CONECTIVIDADE
Seminário discutiu transformação digital no SUS e como novas tecnologias podem alcançar a população
Foto: Rafael de Paula/MS
Com o objetivo de fortalecer as plataformas de informação e a transformação digital no sistema de saúde brasileiro, o Ministério da Saúde promoveu, nesta terça-feira (28), o Simpósio Transformação Digital no SUS. Uma das pautas da mesa de abertura foi a importância das novas tecnologias garantirem inclusão e diminuírem as desigualdades na saúde, além de promoverem equidade.
“Não é possível pensarmos em qualquer tecnologia – e falamos aqui especificamente das tecnologias vinculadas à saúde – sem pensar no fortalecimento dos sistemas de saúde. Portanto, os temas de acesso, equidade e resolução estão colocados como desafios importantíssimos. E não só no âmbito nacional, mas na parceria com a Opas/OMS, pensamos também em termos regionais”, defendeu a ministra Nísia Trindade.
O evento aconteceu por meio da Secretaria de Informação e Saúde Digital, com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde. A representante da Opas/OMS, Socorro Gross, destacou que o Brasil é uma referência na saúde digital para a região das Américas, tanto por sua capacidade de desenvolvimento tecnológico, quanto por seus experientes e comprometidos profissionais, que trabalham em diversas áreas da ciência e tecnologia.
“O Brasil sempre atuou de forma inovadora e com solidariedade, disponibilizando com transparência o conhecimento gerado em seus territórios e contribuindo com outras localidades de dentro e de fora de suas fronteiras. Isso é muito importante para nós que, enquanto organização, temos como princípios o panamericanismo, a igualdade e a solidariedade”, argumentou Gross.
Ela reforçou ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) comemora 75 anos nas próximas semanas, com um lema histórico de Saúde Para Todas as Pessoas. “Quando falamos desse lema, falamos sobre o que realmente é a saúde universal e o desenvolvimento que precisamos para garantir o direito de todas as pessoas terem a melhor oportunidade de bem-estar e saúde, em qualquer lugar onde estejam. E, para isso, existe um antes e um depois da transformação digital”, complementou.
Ainda na mesa de abertura, o secretário Executivo do Ministério da Saúde, Swedenberger Barbosa, falou sobre a importância de incluir na pauta da saúde digital a perspectiva ética, de forma a garantir ações que estabeleçam critérios e preceitos legais e que capacitem os profissionais de saúde para isso. “Tecnologia é um avanço que tem que ser usado para o bem da sociedade, preservando, amplificando e garantindo a equidade de direitos, porque isso é algo que não abrimos mão no nosso sistema de saúde do Brasil”, explicou.
Inovação e transformação digital
A recém-criada Secretaria de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde tem, entre suas competências, o apoio à outras secretarias, gestores, trabalhadores e usuários no planejamento, no uso e na incorporação de produtos e serviços de informação e tecnologia da informação e comunicação.
A secretária Ana Estela Haddad destacou que o simpósio marca o início de uma cooperação técnica entre a Opas/OMS e a nova secretaria “e tem no horizonte uma das principais missões, que é promover o fortalecimento, a integração dos sistemas de informação e avançar na transformação digital que está em curso na saúde a partir do SUS”.
Ana Estela também explicou que a saúde digital compreende o uso de recursos de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) para produzir e disponibilizar informações confiáveis sobre o estado de saúde para os cidadãos, profissionais de saúde e gestores públicos. “É mais abrangente do que o e-Saúde e incorpora os recentes avanços na tecnologia, como novos conceitos, aplicações de redes sociais, Internet das Coisas, Inteligência Artificial (IA), entre outros”, concluiu.
Metas
O diretor do Departamento de Evidências e Inteligência para a Ação em Saúde da Opas/OMS, Sebastian Garcia Saiso, destacou que a organização atua em direção a oito metas para a transformação digital da saúde pública, incluindo o alcance da conectividade universal. “Necessitamos garantir que o setor de saúde esteja plenamente conectado e que todos tenhamos a possibilidade de fazer uso dos benefícios oferecidos pelas tecnologias digitais. Essa é uma agenda que precisa estar articulada com outros setores para além da saúde”, disse.
As metas incluem a criação de produtos digitais de saúde pública; aceleração do progresso para as populações vulneráveis; cooperação global em tecnologias emergentes; e implementação de sistemas de informação e saúde digitais abertos e sustentáveis que funcionem entre si.
O evento contou ainda com aula magna de Marcelo D'Agostino, assessor sênior de Sistemas de Informação e Saúde Digital da Organização Pan-Americana da Saúde.
Com informações do Ministério da Saúde e da Opas