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MEMORIAL
Ministra da Saúde participa de ato em homenagem às vítimas da Covid-19
Foto: Walterson Rosa/MS
Há dois anos, Izabela Jamar tenta aprender a conviver com a dor de ter perdido a mãe para a Covid-19. A advogada foi uma das representantes dos movimentos populares de famílias de vítimas da doença que foram homenageadas, nesta quarta (15), em ato realizado no Senado Federal.
“Temos o objetivo de fazer justiça e memória. Queremos reparação pelas pessoas que foram vitimadas pela Covid-19. Jamais imaginei viver uma tragédia de tamanha magnitude e uma dor igual a que passei em razão da morte da minha mãe”, disse. “Temos dois caminhos: ou seguimos a ciência, que é crível, ou a gente segue o caminho da fantasia. As pessoas que não acreditaram no vírus preferiram seguir o caminho das fake news. Várias pessoas morreram por causa disso”, lamenta Izabela.
Presente na solenidade, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, solidarizou-se com os familiares e reforçou o compromisso do governo federal na questão da orfandade, na assistência e apoio à saúde mental das famílias vitimadas. “Também me sinto parte daqueles que perderam pessoas queridas, não estamos distantes, não falamos de um outro mundo”, disse.
Nísia enfatizou a importância da imunização em andamento e disse que se a vacinação tivesse sido estimulada antes, evitaria mais mortes. “Quero conclamar a todos pela união em torno do nosso Movimento Nacional pela Vacinação. Estamos com a vacinação de reforço para Covid-19. Temos de olhar para o passado mas, ao mesmo tempo, afirmar que o Ministério da Saúde não pode mais incorrer no erro de não coordenar, de não cuidar e de não tratar as pessoas”, afirmou a ministra.
Entre as autoridades presentes na cerimônia, estavam o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, o senador Humberto Costa, e o senador Omar Aziz, que presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, em 2021. A homenagem foi prestada na semana em que o Brasil completa três anos da primeira morte em razão da Covid-19. Desde então, quase 700 mil vidas foram ceifadas. A primeira vítima foi uma empregada doméstica, de 57 anos, em São Paulo. Ela chegou a ser internada, mas não resistiu.
Órfãos da Covid-19
De acordo com levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nos dois primeiros anos da pandemia, quase 41 mil crianças e adolescentes perderam suas mães por Covid-19 no Brasil. O estudo também revela que, em 2020 e 2021, a Covid-19 foi responsável por um quinto de todas as mortes registradas no Brasil (19%). O pico da pandemia ocorreu em março de 2021, com quase 4 mil mortes por dia.
Nathan Victor
Ministério da Saúde