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VACINA É VIDA
Esclareça as principais dúvidas sobre o Movimento Nacional pela Vacinação; entenda porque é importante se vacinar
Foto: Myke Sena/MS
O Movimento Nacional pela Vacinação está mobilizando brasileiras e brasileiros para retomar as altas coberturas vacinais, reconstruir a cultura de vacinação no país e a confiança nos imunizantes. Para atingir a meta de 90% de cobertura em todos os grupos, o governo federal aposta no comprometimento e união da sociedade. O diretor do Departamento de Imunizações e Doenças Imunopreveníveis, Eder Gatti, explica o ponto a ponto dessa mobilização e quais são as orientações do Ministério da Saúde neste momento.
“Hoje o Brasil está numa situação muito perigosa, com risco do retorno de doenças como a poliomielite, sarampo e meningites. Então a gente precisa recuperar, com urgência, as coberturas vacinais e proteger nossas crianças, nossos idosos e nossas gestantes contra doenças que são imunopreveníveis, são evitáveis por vacinação”, ressalta o diretor.
As ações do Movimento Nacional pela Vacinação incluem vacinação contra a Covid-19 e outros imunizantes do calendário nacional, em várias etapas.
Para saber mais, confira as perguntas e respostas.
- Qual é a principal mensagem desse movimento?
Queremos mobilizar a população para que o Brasil volte a ser referência em altas coberturas vacinais. Os índices de imunização caíram consideravelmente nos últimos anos e isso aumenta o risco de doenças. Então é importante reforçar: o Programa Nacional de Imunizações (PNI) está presente em todos os postos de saúde de todos os municípios do Brasil. São mais de vinte imunobiológicos disponíveis. As vacinas são acessíveis e gratuitas, por isso é fundamental ir até o posto de saúde atualizar a caderneta de vacinação. O Movimento Nacional pela Vacinação está aí para alertar que vacinas são seguras e protegem contra doenças que matam.
- Quem pode se vacinar neste primeiro momento?
Neste primeiro momento, serão vacinadas com doses de reforço bivalentes contra a Covid-19 as pessoas com maior risco de desenvolver formas graves da Covid-19, como idosos acima de 70 anos, pessoas imunocomprometidas, funcionários e pessoas que vivem em instituições permanentes, indígenas, ribeirinhos e quilombolas.
- Quem está na próxima etapa?
A inclusão de novos grupos vai acontecer conforme o avanço da campanha. De acordo com o cronograma de entrega de doses para os estados, outros grupos serão vacinados, como as pessoas entre 60 e 69 anos, as pessoas com deficiência permanente, os trabalhadores da saúde, gestantes e puérperas e a população privada de liberdade. Esses grupos precisam ficar atentos às informações de seus municípios para saber o momento de procurar uma unidade de saúde.
Mas é importante dizer que o SUS tem vacina para diversas doenças. Qualquer pessoa pode procurar os postos de saúde para atualizar a caderneta de vacinação, a qualquer momento, falando do calendário vacinal como um todo. Especificamente sobre a Covid-19, quem ainda não completou o ciclo vacinal ou está com alguma dose em atraso, pode procurar a unidade de saúde mais próxima hoje mesmo para se vacinar, mesmo que não esteja no grupo prioritário.
- Como foi esse planejamento?
Na troca de governo nós constatamos uma grave desorganização da vacinação contra a Covid-19. A gente não tinha vacina para as crianças, por exemplo. Também não tinha quantitativo suficiente das vacinas bivalentes, então não daria para montar uma estratégia de vacinação estruturada. Só que a gente tem consciência de que a Covid-19 hoje é a doença infecciosa que mais mata. A pandemia ainda não acabou, apesar de estarmos em um outro patamar e a vacinação é a melhor ferramenta de proteger as pessoas. Nesse cenário, nós tivemos que fazer um trabalho para regularizar os estoques e estruturar uma ação de imunização, garantindo que as vacinas contra a Covid-19 sejam ofertadas para toda a população.
- Como foi a escolha desses grupos prioritários?
Nós temos vacinas de diversos tipos e para todas as faixas etárias. Cada vacina tem indicações específicas para grupos específicos. A vacina bivalente tem componentes para dois tipos de vírus SARS-CoV-2 e o grupo técnico especialista do Ministério da Saúde recomendou que essa vacinação fosse direcionada às pessoas que tem maior risco de desenvolver formas graves da doença e morrer. Vale lembrar que as vacinas monovalentes são igualmente eficazes, protegem contra a Covid-19 e estão disponíveis para quem não completou o ciclo vacinal ou está com doses em atraso.
- A vacina bivalente é diferente das outras?
Todas as vacinas disponíveis hoje no Brasil cumprem um papel fundamental: salvam vidas. As vacinas bivalentes são as chamadas segunda geração do imunizante, ou seja, são aquelas que possuem em sua composição a cepa original e subvariantes da Ômicron. Serão aplicadas nos grupos prioritários que já receberam pelo menos duas doses monovalentes prévias.
Tanto as bivalentes quanto as monovalentes agem do mesmo modo no organismo, estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos protetores e células de defesa contra o vírus Sars-CoV-2. Quando infectada pelo vírus, a pessoa vacinada conseguirá combatê-lo rapidamente, pois já tem imunidade.
- O reforço deverá ser repetido ano que vem?
Esse é um momento de transição da pandemia, nós não sabemos como a Covid-19 vai se comportar nos próximos anos. Ainda assim, entendemos que, nesse momento, as pessoas com maior risco de morrer devem receber a dose de reforço, independentemente do número de doses que tiveram previamente. Ou seja, um reforço, independentemente da quantidade de reforços que a pessoa tomou. Basta ter as duas doses do esquema básico e ela recebe o reforço da bivalente, que é o reforço do ano.
Se ano que vem a gente vai elaborar outro tipo de campanha, tudo vai depender de como a pandemia vai evoluir. Por isso estamos acompanhando de perto os indicadores epidemiológicos da Covid-19. Estamos de olho no que está acontecendo em outros países e na produção da ciência, para saber como vai se desenhar o cenário de 2024. A ciência voltou ao Ministério da Saúde e estamos caminhando juntos.
- Como será feita a distribuição das vacinas para estados e municípios?
Para fazer uma ação de vacinação desse porte a gente tem que respeitar duas coisas: a capacidade do produtor disponibilizar a vacina para o Programa Nacional de Imunizações e a capacidade dos estados e municípios estocarem vacinas. Nós estamos falando de vacina de RNA mensageiro, que demanda um estoque muito diferenciado, câmaras frias com tipos específicos de temperatura, ou seja, é um estoque difícil de ser feito. Então não é possível mandar grande quantidade de doses, elas precisam ser enviadas por etapas. Por isso existem etapas e fases no Movimento Nacional pela Vacinação, priorizando os grupos com maior risco e maior dificuldade de se vacinar. Os grupos prioritários serão priorizados, mas, em razão dessa logística, vamos por etapas, respeitando a capacidade de estoque de estados e municípios.
- O cronograma é fixo?
A ideia é que a vacinação seja fluida. Isso significa que, se o estado vacinou um determinado grupo, ele não precisa esperar uma data para passar para o próximo. Fluidez é a palavra. O estado pode pedir mais vacina e pode, inclusive, ultrapassar para próxima etapa, se tiver imunizante disponível. O Ministério da Saúde vai enviar imunizantes constantemente para garantir o avanço da estratégia de vacinação.
- Então outros grupos podem acabar se vacinando mais rapidamente?
O Ministério da Saúde recomenda que ninguém perca a oportunidade de se vacinar. Os frascos de vacina são multidoses, ou seja, têm mais de uma dose no mesmo vidrinho. Uma vez que o frasco é aberto, precisa ser utilizado rapidamente. Se tiver uma pessoa de outro grupo, como por exemplo, de uma etapa seguinte, que está ali presente para ser vacinado, o município, obviamente, tem que usar o bom senso, aproveitar a dose do frasco que foi aberto e vacinar. Então embora existam etapas, a gente insiste na fluidez da vacinação. Um fluxo fluido baseado tanto no estoque dos estados e municípios, como na oportunidade de se vacinar.
- Crianças de que idade precisam tomar dose de reforço?
Algumas vacinas são específicas para crianças. Por exemplo, estamos utilizando a vacina de vírus inativado, popularmente conhecida como Coronavac, que é a vacina do laboratório Sinovac em parceria com Instituto Butantan, aqui do Brasil. Essa vacina é indicada para crianças de 3 anos ou mais. Também existe a vacina de RNA mensageiro, que é do laboratório Pfizer, utilizada de 6 meses até 5 anos de idade. Essa é conhecida como Pfizer baby. E ainda tem a Pfizer pediátrica, aplicada em crianças de 6 anos até menores de 12 anos.
- E como é o esquema vacinal para as crianças?
Crianças de 6 meses a 5 anos, que receberam Pfizer Baby, já tem o esquema básico de três doses, com intervalo de quatro semanas após a dose 1 e oito semanas entre a dose 2 e dose 3. Crianças de 6 anos ou mais devem receber um esquema básico de duas doses, além de um reforço. A vacina Coronavac possui duas doses, recomendação que vai em bula e é regulamentada pela Anvisa. As crianças de 3 a 5 anos que receberam, por exemplo, Coronavac, duas doses, devem receber um reforço, uma dose a mais de Pfizer, que é a de RNA mensageiro. Os profissionais do SUS estão aptos a tirar dúvidas como essa.
Confira o esquema vacinal por faixa etária
- Crianças de 6 meses a menores de 5 anos:
Vacina Pfizer
1ª dose, 2ª dose, 3ª dose
Intervalo: 4 semanas após a dose 1 e 8 semanas após a dose 2
- Crianças de 3 anos a menores de 5 anos:
Vacina Coronavac
1ª dose, 2ª dose e reforço
Intervalo: 4 semanas entre dose 1 e dose 2 e reforço 4 meses após a dose 2, feito preferencialmente com a vacina da Pfizer
- Crianças de 5 anos a 11 anos:
Vacina Pfizer
1ª dose, 2ª dose e reforço
Intervalo: 8 semanas entre dose 1 e dose 2 e reforço 4 meses após a dose 2, feito preferencialmente com a vacina da Pfizer
Vacina Coronavac
1ª dose, 2ª dose e reforço
Intervalo: 4 semanas entre dose 1 e dose 2 e reforço 4 meses após a dose 2, feito preferencialmente com a vacina da Pfizer
- Pessoas do público geral que estão com dose em atraso podem procurar os postos de vacinação ao mesmo tempo que os grupos prioritários da nova etapa?
Com certeza. Quem não completou o esquema vacinal deve procurar a unidade de saúde mais próxima de casa e colocar a caderneta de vacinação em dia a qualquer momento.
- E quais serão os próximos passos?
Agora, estamos focados em vacinar os públicos prioritários e retomar as coberturas vacinais das crianças e adolescentes contra a Covid-19. A previsão é que em abril comece a quarta etapa com campanha da Influenza e, a partir de maio, a quinta etapa terá chamamento para atualização de caderneta de vacinação com as vacinas de todo o calendário nacional, com ações nas escolas do país.
Marco Guimarães
Ministério da Saúde