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BRASIL SEM TUBERCULOSE
Entenda porque interromper o tratamento pode resultar em uma tuberculose ainda mais grave e mais difícil de cuidar
Foto: Internet
Ainda que persista como um grave problema de saúde pública no Brasil e como a segunda maior causa de morte por único agente infeccioso no mundo, atrás apenas da Covid-19, a tuberculose tem cura quando tratada corretamente e no tempo previsto de, no mínimo, seis meses.
Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, explica que a interrupção do tratamento pode levar ao desenvolvimento de uma doença mais resistente aos medicamentos.
“Quando se inicia o tratamento da tuberculose, em pouco tempo a pessoa se sente muito bem, porque o remédio mata grande parte das formas ativas dos bacilos, então os sintomas acabam. A pessoa tende a achar que já está melhor e, por isso, acaba interrompendo. Só que algumas bactérias que ainda estão em crescimento, só serão mortas quando o tratamento for realizado por completo", explica. O tratamento para tuberculose é gratuito, está disponível em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e deve ser iniciado o mais rápido possível em caso de exame positivo para a doença.
“Se você interrompe o cuidado, essas bactérias remanescentes irão se multiplicar e a pessoa voltará a manifestar os sintomas da tuberculose em dias ou mesmo semanas, só que com um agravante: como ela já teve contato anteriormente com o medicamento, o risco de desenvolver resistência é muito grande. Esse é o fenômeno da tuberculose resistente ao tratamento, que é mais grave e mais difícil de tratar, necessitando, inclusive, de um tempo muito mais prolongado de tratamento, com menos resultado”, conclui Draurio.
Dados da edição especial do Boletim Epidemiológico da Tuberculose, lançado na última semana pelo Ministério da Saúde, mostram que houve importante diminuição da proporção de cura entre os casos novos de tuberculose nos últimos anos (de 73,8% em 2019 para 66,5% em 2021) e aumento do percentual de interrupção do tratamento das pessoas com a doença (de 12,6% em 2019 para 14,0% em 2021). Este cenário é considerado um dos principais desafios relacionados ao controle da tuberculose em território nacional.
Novo teste
Nesse contexto, para 2023, o Ministério da Saúde vai disponibilizar aos estados um novo teste para diagnóstico da tuberculose para pessoas vivendo com HIV/aids com imunodepressão avançada. A tuberculose é a principal causa de morte nessa população e o diagnóstico e tratamento oportuno são capazes de reduzir essas taxas.
Além disso, por se tratar de um teste rápido, é possível ser amplamente descentralizado e realizado diretamente nos serviços de saúde, facilitando e otimizando o acesso ao diagnóstico. A oferta do teste é feita após avaliação clínica e a solicitação da realização por um profissional de saúde.
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