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ATENÇÃO PRIMÁRIA
Segundo dia da Conferência Livre de Promoção da Saúde provoca novo olhar sobre os determinantes sociais
Foto: Pedro Henrique da Silva Lemos
O segundo dia da Conferência Livre Nacional de Promoção da Saúde, Determinantes Sociais e Equidade (18), promovida pelo Ministério da Saúde e parceiros, seguiu marcado pela pluralidade de vozes e por diálogos promotores de reflexão crítica e esperança para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para seus usuários.
Na ocasião, a determinação social foi tema de destaque. A coordenadora-geral de Equidade e Determinantes Sociais em Saúde da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps), Katia Souto, defendeu aos participantes a necessidade de um novo olhar sobre os determinantes e sobre o acesso ao SUS. “Esse é o desafio dessa conferência: refletir sobre o acesso para todos, todas e todes, dialogando com a equidade. Inclusive pensando a saúde mental, que vem sendo impactada pelos preconceitos, discriminação, exclusões sociais e a negligência do Estado. É preciso pensar para além do corpo físico e biológico entendendo que os aspectos sociais e econômicos presentes na territorialidade podem produzir adoecimento - mas precisamos transformar para que seja um lugar de promoção da saúde com equidade. A partir disso, efetivar uma grande articulação intersetorial com as outras políticas públicas”, defendeu.
Já o Diretor do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde da Saps, Andrey Lemos, falou sobre a pluralidade dos territórios e a ligação desses espaços com as ancestralidades e a promoção da saúde: “nós tivemos o cuidado em trazer para o centro de debate a importância de reconhecer que os territórios são ocupados por populações diferentes, com características culturais e condições socioeconômicas diversas e que também estão diretamente relacionadas à Promoção da saúde das pessoas que vivem nesses espaços”.
O diretor falou, ainda, sobre a representação dos movimentos sociais presentes. “Tivemos uma participação plural, inclusive com a representação das populações do campo das florestas e das águas, e também representantes da pesquisa e da gestão. O desejo é o de que o Ministério da Saúde esteja atento, conectado, escutando as demandas reais desses territórios que clamam por justiça social e que merecem uma atenção maior para garantir integralidade do cuidado”.
Ainda segundo o diretor, o objetivo é que a atenção primária seja equânime. “Que a gente consiga ordenar esse cuidado de forma integral com longitudinalidade, mas principalmente que a gente reconheça a nossa capacidade de promoção da saúde com equidade, colaborando para uma atenção primária cada vez mais resolutiva, para que amanhã seja um outro dia para todas, todos e todes”, defendeu.
O secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde (Saps), Nésio Fernandes também esteve presente e comentou sobre as diversas conferências livres articuladas pelo Brasil e sobre o que o presidente Lula tem esperado dessa gestão. “Em 100 dias retomamos ações e programas que foram interrompidos. Agora é preciso criar grandes mobilizações, propor novas agendas no âmbito do SUS para fortalecer a Atenção Primária e acolher todo mundo nas nossa rede de serviços. Por isso a importância das conferências livres”, explicou.
Agenda
Na parte da tarde, as discussões sobre as temáticas continuaram em formato de roda de conversas distribuídas pelo jardim da Fiocruz Brasília, com debates sobre violências, racismos, desigualdades, saúde mental e gênero.
A participante Angelica Duarte, membro da organização humanitária Plan Internetional Brasil, que atua com desenvolvimento comunitário, comentou sobre como está sendo participar da conferência: “é fantástico retomar esse debate dos determinantes sociais na saúde, porque a gente não faz saúde sem dialogar com os fatores sociais, culturais e econômicos que impactam na saúde das pessoas. A gente não vai conseguir chegar no ideal de tudo que a gente prevê e sonha dentro do SUS sem olhar para o que nos atravessa em termos de diferenças e desigualdades. Absolutamente aliviada e feliz em poder discutir isso com tanta gente diferente, com diferentes setores. Sinto que temos o nosso país de volta”, comemorou.
Parcerias
A Conferência Livre de Promoção da Saúde, determinantes sociais e equidade é realizada pelo Ministério da Saúde, Fiocruz Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
Texto de Pedro Henrique da Silva Lemos e Priscilla Leonel