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EQUIDADE NO SUS
Primeiro encontro do Ciclo de Educação Permanente abordou gênero e equidade no SUS
Foto: Divulgação/MS
O Ministério da Saúde realizou, nesta terça-feira (30), o primeiro encontro do Ciclo de Educação Permanente, uma iniciativa para proporcionar espaços de discussão envolvendo trabalhadoras e trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre temáticas de interesse nacional. A primeira edição abordou o tema ‘Gênero, Identidade de Gênero, Orientação Sexual e Equidade no SUS’, no âmbito do Programa Nacional de Equidade de Gênero, Raça e Valorização das Trabalhadoras no SUS. A iniciativa foi lançada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em março deste ano.
Na abertura do encontro, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Isabela Pinto, observou que o ciclo de debates tem como objetivo refletir sobre as prioridades que estão sendo estabelecidas dentro do Ministério da Saúde. “Iniciamos esse espaço de discussão com uma das mais importantes ações da atual gestão: o Programa de Equidade. Estamos dialogando com as secretarias da pasta, para que o programa possa ser enriquecido, a partir das realidades e dos olhares dos diferentes sujeitos que compõem este ministério”, pontuou.
A diretora de Programas da secretaria, Laíse Rezende, destacou que o encontro serviu para falar de temáticas como racismo, sexismo, homofobia e transfobia, que atravessam diariamente a vida de muitas pessoas. “É um assunto que quase não é visibilizado, falado, dialogado e que causa um conjunto de problemas graves na vida subjetiva, na vida prática e na vida econômica da população envolvida. Boa parte da sociedade não compreende teoricamente, praticamente e na pele. É um tema delicado e precisamos ter noção do desconhecimento da sociedade brasileira sobre a discussão”, explicou.
Para a pesquisadora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Karina Calife, é necessário ampliar os espaços de discussão, que servem para apoiar o desenvolvimento de um raciocínio crítico sobre o tema. “Isso não quer dizer que todos devem pensar igualmente, mas sim, que possamos apresentar e debater conceitos e pensamentos que possam estar no nosso processo de construção e desconstrução”, disse.
De acordo com a assessora de Políticas de Inclusão, Diversidade e Equidade em Saúde, Alícia Krüger, a maioria das abordagens no âmbito da saúde da população LGBTQIAP+ nasce da vigilância e, mais especificamente, da luta contra a aids. “O Departamento de HIV/aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde proporcionou o nascimento de muitas ações para a organização de políticas do movimento LGBTQIAP+ no Brasil. Hoje, esse público tem muito mais demandas do que só aids. Nesse cenário, a secretária Ethel Maciel vem trazendo pautas a nível de gabinete para transversalizar o tema nos demais departamentos”, destacou Alícia, que integra o Grupo de Trabalho do Programa de Equidade.
O programa será executado a partir da abertura de chamadas públicas para seleção e execução de projetos e do oferecimento de processos formativos na área de equidade de gênero e raça no SUS. A iniciativa também prevê a disponibilização de aplicativo com instruções sobre o programa e o tema, além de lançamento de edital sobre equidade no âmbito do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde).
Victor Almeida
Ministério da Saúde