Notícias
ATENÇÃO PRIMÁRIA
Coordenadores estaduais de Saúde do Homem de todo o País se reúnem em Brasília
Foto: Luciano Marques/Nucom/Saps
Em busca de fortalecer a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), a Coordenação de Atenção à Saúde do Homem, do Departamento de Gestão do Cuidado Integral, da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, do Ministério da Saúde, reúne em Brasília os Coordenadores e Coordenadoras Estaduais de Saúde do Homem de todo o país entre os dias 3 e 4 maio.
O objetivo é debater o assunto com estes gestores e especialistas, sistematizar ações e apontar estratégias prioritárias para dar ainda mais efetividade à política.
A PNAISH foi instituída em 2009 e observa-se que um dos elementos vitais para a eficácia de sua implementação é a ampliação da participação social no planejamento, monitoramento e avaliação desta política pública de saúde.
Justamente por isso, a Reunião Técnica com coordenadores e coordenadoras de Saúde do Homem e o Fórum de Qualificação do Cuidado Integral à saúde dos homens na APS contam também com acadêmicos e representantes da OPAS, Conass, Conasems e Conselho Nacional de Saúde. O encontro com os coordenadores estaduais de saúde do homem é apenas a primeira agenda técnica de um ciclo de discussões previsto para o ano de 2023.
Na abertura da Reunião Técnica com coordenadores(as) estaduais, o coordenador de Atenção à Saúde do Homem, do Departamento de Gestão do Cuidado Integral, Celmário Castro Brandão explica que o evento tem a perspectiva de promover uma aproximação com a gestão dos estados, levando em consideração a gestão tripartite do sistema de saúde. “Conversar com os estados é essencial porque sabemos que eles traduzem a política para a realidade de cada um desses territórios. Essa leitura que eles trazem nos ajuda a pensar formas de como o Governo Federal pode atuar para ser propositivo, caminhar para a melhor implementação da Política Nacional”, destacou. “Temos uma série de dados que apontam para uma restrição de acesso, uma série de barreiras, sobretudo barreiras culturais, e precisamos debater como levar a cada um dos estados e municípios e para as equipes da Atenção Primária, essa perspectiva de promover acesso de homens aos serviços de saúde.”
Segundo dados da literatura científica trabalhados dentro do Ministério da Saúde, na faixa etária de 20 a 59 anos, a cada três mortes registradas no Brasil, duas são de homens, quase sempre relacionadas a doenças crônicas, câncer e violência.
Grace Rosa, coordenadora geral de articulação do Cuidado Integral, lembra que é preciso, primeiro, um enfrentamento existencial na forma como a sociedade se organiza para aumentar o acesso do homem aos serviços de saúde, com um olhar que não fique restrito às velhas formas de cuidar, que eram centradas na doença, nos aspectos biológicos e em alguns grupos que mais procuram e acessam os serviços. “A nossa sociedade se organiza e se conforma em torno do patriarcado, o que é opressor não somente para as mulheres, mas, também, para os homens. Isso impacta e reflete no autocuidado de quem está próximo. É uma pauta importante para trazer ao centro das discussões do cuidado em saúde, sobretudo na saúde da família, na Atenção Primária, que é um lugar estratégico, que pretende cuidar de todas as pessoas nos seus lugares de existência, nos seus territórios e em todos os cursos de vida.”
Giovani Dimas, coordenador estadual de Saúde do Homem no Rio de Janeiro, teve o privilégio de participar das primeiras reuniões que criaram a PNAISH e destaca que os representantes dos estados tinham perdido, há um tempo, a capacidade de conversação, da troca de experiências e propostas, que agora estão novamente oportunizadas a partir da reunião técnica realizada em Brasília. “Reunir os coordenadores e trazer o olhar técnico daquilo que acontece nos estados é uma ótima maneira de enxergar todo o panorama da Saúde do Homem, de saber como está a PNAISH. Essas reuniões trazem espaço para críticas construtivas, abertura para ideias, para exposição de experiências exitosas do próprio estado, algumas que vão ajudar os iniciantes nessa jornada. É preciso observar as especificidades de cada estado, mas trilhar por um caminho já aberto, utilizando ações de sucesso, só enriquece o processo”, ressalta o coordenador do estado fluminense. “O ganho é tanto para quem já está nessa jornada há mais tempo, como para quem está começando.”
Além de Grace Rosa e Celmário Brandão, participaram da mesa de abertura Sandro Rodrigues, representante do Conass, Lívia Barreto, assessora da Comissão Intersetorial de Atenção à Saúde nos Ciclos de Vida do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e Cristina Hoffmann, consultora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Segundo Celmário Castro Brandão, a previsão é de que a Reunião Técnica e o Fórum de Qualificação do Cuidado Integral à Saúde do Homem na Atenção Primária sejam realizados todos os anos, para reunir os representantes dos estados, além de ações realizadas diretamente nos territórios focando a PNAISH.
Ações e Política
A PNAISH busca ampliar o acesso da população masculina aos serviços de saúde, considera a integralidade com enfoque sobre as masculinidades e destaca a importância da transversalização das ações com os demais ciclos de vida. Entre os principais eixos temáticos da PNAISH estão:
• Acesso e acolhimento;
• Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva;
• Paternidade e Cuidado;
• Prevenção de violências e acidentes;
• Doenças Prevalentes na população masculina.
A Coordenação de Atenção à Saúde do Homem (COSAH) desenvolve diversas ações em todo o país, tais como a qualificação de gestores e profissionais de saúde da APS para aprimoramento do acesso e acolhimento nos serviços de saúde; e a articulação e interlocução com gestores estaduais de saúde do homem para o fortalecimento, implementação e expansão da política nos municípios de seus territórios em parceria com gestores das demais políticas dos ciclos da vida;
A COSAH ainda oferta materiais educativos com informações atualizadas acerca do acesso e acolhimento do homem nos serviços de saúde da APS, implementa a Estratégia do Pré-Natal do Pai/Parceiro, e divulga informações acerca das doenças prevalentes na população masculina, sobre a violência envolvendo a população masculina e temáticas voltadas à saúde sexual e saúde reprodutiva.
Luciano Marques/Nucom/Saps