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CARNAVAL SEGURO
Mais de 52 mil jovens de 15 a 24 anos com HIV evoluíram para aids nos últimos dez anos
São significativos os avanços que a ciência e a tecnologia trouxeram para o combate ao HIV. Conhecer a sorologia positiva de forma precoce aumenta muito a expectativa e a qualidade de vida de uma pessoa que vive com o vírus. O tratamento antirretroviral é garantido para todos, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), mas mesmo assim, entre 2011 e 2021, mais de 52 mil jovens de 15 a 24 anos com HIV evoluíram para a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids). Os dados são do Ministério da Saúde que, nesta sexta-feira (17), lançou a campanha "Voltou o carnaval e com camisinha a alegria é geral", com o objetivo de promover ações de prevenção às infecções sexualmente transmissíveis (IST) durante o período de folia.
Neste feriado, o governo federal reforça que o amor, a alegria e o respeito à diversidade estão de volta, mas é fundamental curtir com responsabilidade e proteção. As ações do Ministério da Saúde visam incentivar um comportamento sexual seguro, estimular a adoção de estratégias de prevenção combinada, conhecer o status sorológico e buscar tratamento precoce. Em 2021, 40,8 mil casos de HIV e outros 35,2 mil casos de aids foram notificados no Brasil por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), de acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV/aids do ano passado.
Ainda segundo o documento, desde o primeiro caso informado em território nacional, em 1980, até junho de 2022, já foram detectados 1.088.536 casos de aids. Somente em 2021, mais de 11 mil óbitos foram registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) em decorrência do agravo, com uma taxa de mortalidade padronizada de 4,2 óbitos por 100 mil habitantes, índice que sofreu decréscimo de 26,4% entre 2014 e 2021.
Embora se observe uma diminuição de casos nos últimos anos, a pasta ministerial ressalta que parte dessa redução pode estar relacionada à subnotificação, principalmente no ano de 2020, devido à pandemia de Covid-19.
Nesse contexto, a infecção pelo HIV é considerada estabilizada no Brasil, porém, ainda em patamares elevados. Trata-se de uma condição crônica que pode ser controlada por meio do diagnóstico oportuno e do tratamento, para que as pessoas vivendo com o vírus vivam mais, melhor e não transmitam HIV por via sexual.
Quem se testa com regularidade e busca tratamento no tempo certo, ganha muito em qualidade de vida. Por exemplo: mães que vivem com HIV têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV, se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto. No Brasil, exames laboratoriais e testes rápidos detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo SUS, nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).
HIV no mundo
Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids) reforçam que a epidemia ainda precisa ser combatida. No ano de 2021, mais de 750 mil homens em todo o mundo adquiriram HIV. Naquele ano, eles representaram 51% das novas infecções pelo vírus. Pelo menos 1,5 milhão de pessoas se tornaram recém-infectadas por HIV no mesmo ano de 2021. No total, esse número já passa de 84 milhões de pessoas infectadas desde o início da epidemia.
Proteção
O uso da camisinha externa ou interna, em todas as relações sexuais, é um método seguro e eficaz para proteção contra o HIV e outras IST. Caso apresente exposição sexual com risco de infecção, o usuário deve se informar sobre a profilaxia pós-exposição (PEP), que deve ser iniciada em até 72 horas.
Se não forem diagnosticadas e tratadas precocemente, algumas infecções podem levar a graves complicações. É importante que não haja automedicação e que o tratamento seja prescrito por um profissional de saúde habilitado. Também é de extrema relevância que as parcerias sexuais sejam alertadas sempre que uma IST for diagnosticada, para que também realizem o tratamento.
Bianca Lima
Ministério da Saúde