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SAÚDE DA MULHER
Tem início construção coletiva do plano em resposta ao HIV/aids e a outras ISTs em mulheres vulnerabilizadas
Para revisar o “Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia de HIV/Aids e outras DST”, de 2007, está aberta chamada pública para construção do “Plano de Enfrentamento ao HIV/Aids e outras IST em Mulheres em Situação de Vulnerabilidade”. Pessoas interessadas em contribuir, podem acessar o formulário online até o dia 31 de dezembro.
O anúncio foi feito durante webinar do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente junto com a divulgação do documento que apresenta diretrizes e estratégias para resposta ao HIV, à aids e a outras ISTs para mulheres em situação de vulnerabilidades. A publicação oferece subsídios para ações a serem pactuadas e desenvolvidas em prol da redução dessas infecções e doenças entre a população feminina.
Para a coordenadora-geral de Vigilâncias das Infecções Sexualmente Transmissíveis, Pâmela Gaspar, é importante construir um plano que contextualize as epidemias de HIV, aids e outras ISTs, considerando as singularidades de mulheres cisgênero, transgênero e travestis e suas vulnerabilidades sociais, que são marcadas pela interseccionalidade de gênero, classe, raça/cor, etnia, idade, violências e discriminação, com repercussões na saúde das mulheres nas diferentes regiões do país. “O Brasil tem o desafio de encontrar soluções para a superação dos diferentes contextos de vulnerabilidade das mulheres às ISTs, ao HIV e à aids em ações concretas, que assegurem o acesso aos métodos de prevenção disponíveis e à assistência de qualidade”, afirma.
Diretora do Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) no Brasil, Cláudia Velasquez, pontua que a violência contra a mulher atinge mulheres de todas as classes, etnias, religiões e culturas. Assim, é importante considerar as intersecções ao construir políticas públicas na área da saúde. “Ainda existem lacunas alimentadas pelas desigualdades, discriminação, racismo, machismo e misoginia. E sabemos que essas desigualdades são combustíveis para as epidemias”.
Fabiana de Oliveira, representante do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas, diz que é necessário vencer resistências e obstáculos institucionais dos diferentes setores: “Precisamos comprometer os governos estaduais e municipais, os profissionais da saúde e a participação social”. Em consonância, a coordenadora Pâmela destaca que o desenvolvimento do Plano será realizado de forma coletiva. “Contamos com a participação da sociedade civil, da gestão, da academia, dos organismos internacionais, da Frente Parlamentar de enfrentamento ao HIV e à aids, da Frente da Tuberculose, e todos os setores que dialogam com a pauta para que as estratégias sejam eficazes.”
Ministério da Saúde