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AGENDA INTERNACIONAL
Ministra da Saúde destaca importância de trabalho conjunto entre países em reunião do BRICS
Foto: Ministério da Saúde
A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou a importância da saúde como direito e alicerce para o desenvolvimento sustentável, em reunião ministerial do BRICS, realizada em Durban, África do Sul, nesta sexta-feira (04). Em continuidade à agenda internacional, a ministra discursou para o bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O encontro tem o objetivo de fortalecer as relações entre os países e promover o auxílio mútuo para o desenvolvimento socioeconômico.
O tema central foi a “Cobertura Universal de Saúde”, com a finalidade de assegurar a todos o acesso à saúde de qualidade. Durante discurso, Nísia reforçou que, para alcançar essa meta, é necessário o trabalho conjunto com os países parceiros, “especialmente aqueles em desenvolvimento que enfrentam desafios e restrições semelhantes”, pontuou.
A ministra também citou a pandemia, causada pelo Covid-19, e a necessidade de investimento na preparação, com sistemas de alerta precoce, para prever riscos. Contudo, advertiu que apenas prever as emergências de saúde não é suficiente se os países não obtiverem a capacidade de resposta adequada.
“Para alcançar essa capacidade, de maneira apropriada, oportuna e inclusiva, vejo a Cobertura Universal de Saúde como a pedra angular desse esforço. É um tema de grande relevância na agenda internacional de saúde, principalmente na intensificação dos esforços para alcançar o desenvolvimento sustentável”, avaliou Nísia.
A ministra declarou que a reunião é uma oportunidade para transformar o conhecimento em ação. “Os temas de nosso encontro abordam inquestionavelmente desafios atuais que nos levam a traçar metas sólidas para o acesso universal e equitativo à saúde. A promoção de sistemas de saúde mais resilientes, a descentralização da produção e dos benefícios tecnológicos e científicos e a promoção da capacidade de inovação são temas sobre os quais temos convergido desde a Declaração de Pequim em 2011”, disse.
Por fim, Nísia pontuou que os países estão em um momento decisivo para a promoção da saúde global. “O Brasil está com espírito revigorado para desempenharmos um papel de liderança na remodelagem de um paradigma que contribua para assegurar que todos tenham acesso a cuidados de saúde acessíveis e de qualidade”.
Destaque internacional
A reunião do BRICS contou com a presença de ministros da Saúde de cada país-membro, que utilizaram a oportunidade para debater assuntos em comum, como investimento em ciência e tecnologia para a saúde, o fortalecimento dos sistemas locais frente a futuras pandemias e o acesso equitativo aos recursos de saúde.
Durante o encontro, o Brasil reforçou o protagonismo em saúde às vésperas de assumir a presidência do G-20, hoje ocupada pela Índia. A sucessão de países em desenvolvimento na liderança desses grupos torna o momento único para o Sul Global no contexto internacional. O próximo presidente do G-20 será a África do Sul.
Ao final do evento, Nísia também se reuniu bilateralmente com Joe Phaahla, ministro da Saúde da África do Sul. Além de importante parceiro diplomático do Brasil, os dois países enfrentam desafios semelhantes, como o enfrentamento de doenças endêmicas como a malária e outras doenças determinadas socialmente.
Temas debatidos
Uma das principais pautas do encontro do BRICS é a articulação de uma rede de pesquisa sobre tuberculoses. O Brasil levará para o cenário internacional a experiência do Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e de outras Doenças Determinadas Socialmente (Cieds), instituído em abril e voltado para elaborar ações para controlar problemas de saúde pública no país.
As delegações também conversaram sobre assuntos como convergência regulatória; medicina tradicional; sistemas de vigilância integrados para a prevenção de infecções em massa; prevenção e redução de riscos de morte para doenças oncológicas e aumento da qualidade de vida durante tratamentos paliativos para pacientes com câncer.
O encontro é uma continuidade das agendas internacionais do Brasil nesta retomada do protagonismo frente a questões de saúde pública.