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Medicina Tradicional
Ministério da Saúde participa da Primeira Cúpula Global de Medicina Tradicional da OMS na Índia
O Ministério da Saúde participa da Primeira Cúpula Global de Medicina Tradicional da Organização Mundial da Saúde (OMS). Objetivo é definir uma nova estratégia mundial, uma vez que a atual finaliza em 2023, além de incentivar a ampliação das práticas e divulgar os saberes ancestrais. Para isso, a OMS está escutando todos os países dos cinco continentes. O encontro é organizado junto ao Governo da Índia e acontece nos dias 17 em 18 de agosto de 2023, na cidade de Gandhinagar, na Índia.
O Brasil será representado pelo Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), os afrodescendentes e os atores das práticas integrativas da Superintendência de Atenção Primária à Saúde (SAPS). O encontro será realizado paralelamente à Reunião Ministerial de Saúde do G20, que também ocorrerá na Índia, na mesma data.
O evento é voltado para trabalhadores da Medicina Tradicional, usuários e comunidades, formuladores de políticas nacionais, organizações internacionais, acadêmicos, setor privado e organizações da sociedade civil, para compartilhar as melhores práticas e evidências, dados e inovações sobre a contribuição da Medicina Tradicional para a saúde e o desenvolvimento sustentável.
O secretário da SESAI, Weibe Tapeba, falou da importância de se participar dessa agenda global para a saúde indígena: “A Medicina Tradicional merece e deve ser validada com os diversos aspectos que ela envolve, que não se restringem apenas às evidências científicas, isso é importante para os povos originários no mundo todo. Neste mês de agosto estivemos num encontro Global da OPAS, que foi realizado no Rio de Janeiro, preparatório, inclusive, para esta cúpula que vamos participar na Índia. Lá ficou muito evidente, nos debates com os vários países participantes, que estamos alinhados nessa busca pelo reconhecimento das práticas da Medicina Tradicional”, destacou.
Medicina Tradicional
Durante séculos, a Medicina Tradicional era o recurso oficial para a saúde de famílias e comunidades. Com o avanço da medicina ocidental e as descobertas científicas é que os saberes tradicionais foram sendo postos de lado. Mesmo assim, cerca de 40% dos produtos farmacêuticos de hoje em dia, têm base em produtos naturais. E, vários medicamentos de referência, derivam da Medicina Tradicional, incluindo a aspirina e alguns tratamentos de câncer infantil, de acordo com a OMS.
Novas pesquisas, incluindo genômica e Inteligência Artificial, estão entrando no campo, e há indústrias crescentes para medicamentos fitoterápicos, produtos naturais, saúde e bem-estar.
Atualmente, 170 Estados-Membros comunicaram à Organização Mundial de Saúde (OMS) a utilização da Medicina Tradicional e solicitaram provas e dados para informar políticas, normas e regulamentação para a sua utilização segura, rentável e equitativa.
Ações SESAI
A SESAI fomenta a Medicina Tradicional por meio do Programa Articulando Saberes em Saúde Indígena (PASSI), cujo recurso é descentralizado das unidades conveniadas, mediante o Plano de Trabalho dos Distritos Sanitários Especiais Indígena (DSEI).
Em abril deste ano, a Secretaria realizou a “Oficina de Medicinas Indígenas no SasiSUS” com a participação de indígenas pesquisadores e parceiros, para a elaboração de “Plano de Trabalho para as Medicinas Indígenas”. O grupo foi ampliado com a criação de um Grupo de Trabalho (GT), de caráter informal e provisório, para construção de uma estratégia de modo a cruzar a Medicina Tradicional ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS).
O GT é formado por técnicos da SESAI, pesquisadores indígenas e não-indígenas, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e trabalhadores dos DSEI que atuam para o fortalecimento da Medicina Tradicional e seus especialistas. Os DSEI desenvolvem inúmeras atividades como encontro de parteiras, incentivo ao uso de plantas medicinais e encontro de especialistas indígenas. O Grupo de Trabalho tem previsão para a próxima reunião no final de agosto.