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AGENDA INTERNACIONAL
Em Washington, Ministério da Saúde e Opas debatem futuro da atenção primária
Foto: Arquivo pessoal
O protagonismo da atenção primária tem o potencial de ampliar a resolutividade e impactar na situação de saúde das pessoas e coletividades. Para fortalecer essa porta de entrada, tanto no SUS brasileiro quanto nos serviços de outros países, a Organização Pan-americana de Saúde (Opas/OMS) convidou o Ministério da Saúde para participar de uma série de reuniões na sede do órgão, em Washington, nos Estados Unidos, nesta semana.
"Esse momento é crucial para fortalecer parcerias, trocar experiências, incorporar tecnologias e, assim, melhorar a caminhada do paciente no Sistema Único de Saúde (SUS)", destacou o secretário de Atenção Primária do Ministério da Saúde, Nésio Fernandes. "O mandato de Jarbas Barbosa na Opas está começando, o que nos permite desenvolver um planejamento internacional de médio e longo prazo e tomar decisões estruturantes", defendeu.
Entre os temas debatidos no encontro, estão o financiamento da atenção primária à saúde; o provimento médico federal (com foco no Mais Médicos); mortalidade materna; saúde sexual e reprodutiva; Brasil Sorridente; equipe Multiprofissional (eMulti); promoção da saúde e determinantes sociais; controle e eliminação de enfermidades transmissíveis; sistemas de informação e registro eletrônico em saúde; e articulação internacional.
Para a diretora do Departamento de Saúde da Família e Comunidade, Ana Luiza Caldas, em todas essas frentes é importante reconhecer as características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que vivem e convivem nos territórios, as desigualdades socioeconômicas e as relações sociais discriminatórias e excludentes. "A troca de experiências com os diversos profissionais que atuam na Opas irão auxiliar o Ministério da Saúde na condução das principais políticas públicas de promoção da equidade em saúde, para que todas as pessoas tenham acesso ao cuidado de qualidade ofertado na APS", reforçou.
Entre os resultados esperados dessas reuniões estão a identificação de áreas e temas de cooperação na APS, especialmente para a melhoria do acesso e ampliação da equidade, com prioridade a populações mais vulneráveis, como indígenas, ribeirinhos, quilombolas e pessoas em situação de rua. "A Opas espera apoiar a liderança do Brasil na região das Américas para avançar na saúde universal, na melhora resolutiva do primeiro nível de atenção, na atenção integral e especializada, com equipes multiprofissionais e maior utilização de tecnologias digitais", afirmou o coordenador de Sistemas e Serviços de Saúde e Capacidades Humanas da Opas no Brasil, Júlio Pedroza, que também elogiou o compromisso da ministra da Saúde, Nísia Trindade, com o "desenvolvimento de uma APS forte como eixo estruturante do SUS”.
O encontro segue até esta quinta-feira (31) para estruturar um plano de cooperação entre a Saps e a Opas. Também participam da agenda, pelo Ministério da Saúde, a diretora do Departamento de Gestão da Atenção Primária, Luciana Maciel; o coordenador-geral de Projetos e Inovação da APS, Rodrigo Gaete; o coordenador-geral de Financiamento da Atenção Primária, Dirceu Klitzke; e o coordenador de Atenção às Doenças Transmissíveis na APS, Claudio Salgado.
Laísa Queiroz
Ministério da Saúde