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ATENÇÃO PRIMÁRIA
Teleodontologia e novos credenciamentos são destaques em encontro de saúde bucal
Fotos: Laísa Queiroz/Saps/MS
Nesta quarta (12), Brasília (DF) recebeu o
1º Encontro da Coordenação-Geral de Saúde Bucal e Coordenadores Estaduais de Saúde Bucal
. Além de representantes das gestões federal e de todas as unidades da federação, membros dos Conselhos de Odontologia e referências regionais para a população indígena também marcaram presença. O objetivo foi debater os avanços e desafios da área no Sistema Único de Saúde (SUS).
Para iniciar a discussão, a coordenadora-geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Doralice Severo da Cruz, apresentou um panorama de todas as iniciativas realizadas atualmente, incluindo um mapa da cobertura odontológica oferecida pelo SUS no Brasil. “É possível visualizar a desigualdade que a gente ainda enfrenta para cobrir as áreas mais afastadas dos grandes centros. Por isso, estamos com um olhar diferenciado para os municípios de pequeno porte”, reforçou.
Na última semana, foram credenciados 4.237 novos serviços e equipes de saúde bucal no País. Agora, a população conta com 33.542 equipes de Saúde Bucal na Atenção Primária; 148 unidades odontológicas móveis (UOM); 1.204 Centros Especializados Odontológicos (CEO), sendo 658 credenciados à Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência; e 3.793 Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias (LRPD). “Esses novos credenciamentos se referem aos pedidos que estavam represados. Vamos trabalhar por uma expansão ainda mais abrangente nos próximos anos”, afirmou a coordenadora.
Odontologia digital
Outro grande destaque do evento foi a palestra da secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, sobre telessaúde e teleodontologia. “Nunca vamos substituir a consulta presencial por consulta à distância, mas podemos ter um modelo híbrido", defendeu a secretária, lembrando que a tecnologia pode e deve auxiliar a alta demanda que o SUS tem para atender, inclusive com questões odontológicas.
Ana Estela mostrou diversas possibilidades a partir das definições de conceitos da área, como teleodontologia, telessaúde, saúde digital, teleassistência, teleconsulta e teleconsultoria. Também orientou os gestores sobre processos de trabalho e boas práticas, como o respeito a Lei geral de Proteção de Dados (LGPD), a aplicação da assinatura e dos encaminhamentos digitais (que avançaram durante a pandemia); além de dicas importantes, como não gravar a teleconsulta e pedir consentimento ao paciente para realizar o atendimento naquele formato. Tudo isso sem esquecer dos desafios que essas modalidades ainda enfrentam, como a falta de integração de sistemas de informação e conexão à internet para toda a população. "Inclusão social sem inclusão digital não existe”, reforçou.
Fotos: Laísa Queiroz/Saps/MS
O coordenador de Saúde Bucal da Paraíba, Marcílio Araújo “Macaíba”, deu um exemplo. Em seu estado, o governo fez uma parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) para desenvolver três aplicativos de teleinterconsultuas, dois deles voltados para profissionais de saúde, sendo um para casos de estomatologia (câncer de boca) e outro para casos de disfunções temporomandibulares e dores orofaciais. “Quem estiver fazendo um atendimento presencial, por exemplo, ao detectar alguma questão bucal no paciente, pode acionar a equipe técnica pelo app e ter uma resposta imediata sobre o que fazer, para onde encaminhar a pessoa etc”, contou.
Já o terceiro aplicativo é voltado para usuários de próteses dentárias feitas pelos LRPD. “A gente colocou em cada unidade de saúde um QR code do app, onde os usuários podem relatar o que estão achando da prótese, se serviu, se teve algum problema, como está a questão emocional em relação ao serviço”, explicou. “Está fazendo o maior sucesso, principalmente com quem mora em municípios mais distantes e vão menos vezes ao dentista. Além disso, é uma forma de a gente monitorar os dados”, acrescentou.
O evento, organizado pelo Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Atenção Primária, e pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO), ainda contou uma oficina sobre o trabalho das equipes de Saúde Bucal no SUS. Nesse momento, os participantes puderam propor ações para a melhoria do acesso e cuidado e para efetivar as estratégias da Política Nacional de Saúde Bucal - Programa Brasil Sorridente, que orienta todas as ações.
Além de Doralice e Ana Estela, participaram da abertura a diretora do Departamento de Saúde da Família e Comunidade, Ana Luiza Caldas; a representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) Silvia Fruet; o presidente do CFO, Juliano do Vale; e a presidente do Conselho Regional de Odontologia do Espírito Santo (CRO-ES), Luzimar Gomes de Oliveira Pinheiro, que também representou o decano dos CROs. O encontro ainda contou com a presença da diretora do Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena, Carmem Pankararu; da representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) Maria José Evangelista; e da representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) Verônica Savatin Wottrich.
Baixe as fotos do encontro , feitas por André Felinto.
Laísa Queiroz/Saps/MS