Brasil assina projeto de cooperação técnica em segurança alimentar e nutricional com Moçambique

Representantes do Ministério da Saúde foram até Moçambique, nesta semana, para formalizar um acordo de cooperação técnica bilateral. O objetivo é contribuir para o fortalecimento da gestão das políticas e estratégias nacionais de segurança alimentar e nutricional no país africano, em um projeto com vigência de cinco anos.

Esta é uma iniciativa multidisciplinar desenvolvida no âmbito da cooperação Sul-Sul que “colabora para que o Brasil volte a ser reconhecido mundialmente como nação protagonista e referência no enfrentamento à desigualdade de acesso, na transferência de tecnologias de conhecimento para formação e na educação em saúde”, ressaltou o diretor do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde brasileiro, Andrey Lemos, que compôs a delegação.

O diretor reconheceu que os dois países têm diversos elementos em comum, para além da língua oficial, e que o Brasil também tem muito a aprender com a troca de experiências. “É preciso lembrar a sabedoria da escritora moçambicana Paulina Chiziane, quando nos ensina que ‘as culturas são fronteiras invisíveis construindo a fortaleza do mundo’. Nesse momento pós pandêmico é necessário projetos que colaborem efetivamente para construir e consolidar sociedades e territórios saudáveis, com prosperidade e sustentabilidade”, justificou.

O projeto, coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), tem dois eixos: um deles inclui um programa de formação para gestores e profissionais da saúde e de políticas conexas de segurança alimentar e nutricional. O outro visa a aumentar o protagonismo do setor de saúde no âmbito da segurança alimentar e nutricional de Moçambique, por meio de instrumentos para a promoção da saúde e da alimentação adequada e saudável. Entre eles, estão o guia alimentar para crianças menores de dois anos, o catálogo de alimentos regionais, o livro de preparações culinárias para apoiar a alimentação complementar e a reabilitação nutricional de crianças em domicílio.

Do lado brasileiro, participarão especialistas do Ministério da Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (IF-Sul de Minas). E, no território moçambicano, especialistas do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional de Moçambique (Setsan), do  MISAU e de instituições de ensino e pesquisa: Insitituto Nacional de Saúde (INS), Universidade Eduardo Mondlane (UEM), UniLúrio, Unizambeze e Instituto Superior de Ciências e Saúde ( ISCISA ), entre outros parceiros.

Assinaram o acordo o embaixador do Brasil em Maputo, Ademar Seabra da Cruz e a secretária executiva do Setsan, Leonor Neves Mondlane, com a participação de Andrey Lemos e da diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, como testemunhas do documento.

Laísa Queiroz/Saps/MS